Os estilistas intitulados os “The Antwerp Six” criam sob uma inspiração vanguarda e do inacabado, e desde que começaram vêm encantando pessoas do mundo inteiro com sua moda original.
Após a invasão da moda japonesa, quando a França começou a apreciar o vanguardismo, surge em Londres os designados “The Antwerp Six”, um grupo de estilistas que propunham uma nova moda completamente irreverente.

Ann Demeulemeester, Dries Van Noten, Dirk Bikkembergs, Walter Van Beirendonck, Dirk Van Saene e Marina Yee, apresentaram suas coleções juntos, seguindo a linha dos japoneses e criando inspirados pelo vanguardismo e pelo inacabado.
O nome “The Antwerp Six” foi criado pela imprensa inglesa após seu primeiro desfile, já que os nomes dos integrantes belgas eram muito difíceis de serem pronunciados.

Após sua formação na Royal Academy, uma escola rígida na Antuérpia, eles juntaram-se para realizar um desfile da forma mais barata possível. Fizeram uma intensa publicidade com o dinheiro que tinham e conseguiram a atenção que procuravam.
Dries Van Noten nasceu em 1958, o menos revolucionário do grupo limitou-se a dar continuidade ao negócio da família. Em 1985 iniciou sua carreira solo e ainda hoje mantém a sede na cidade de Antuérpia. As suas peças são as mesmas tanto nas passarelas quanto nas lojas.

Peças que não envelhecem, mas ao mesmo tempo, parecem herdadas, efeito intemporal que o estilista deseja passar. Sempre com um conceito fortíssimo de Honest Fashion, ou seja, uma moda que cria valores permanentes. O estilista trabalha nas composições cromáticas e combinações de padrões, interessando-se especialmente por texturas.
Ann Demeulemeester nasceu em 1959, ao contrário de Dries Van Noten a estilista não tolera nenhum tipo de padrão, sendo avessa à comunicação social e acredita que a forma como nos sentimos usando qualquer peça de roupa, é muito mais importante do que qualquer tipo de marketing.
Desconstrutivista, ela utiliza sempre materiais naturais, como couro, lã e a flanela. Mesmo que desperte uma série de criticas, ela é a autora de uma feminilidade muito moderna. Atualmente, Ann vende as suas criações em mais de 30 países.
O excêntrico estilista Walter Van Beirendonck, interessa-se muito por artes, música e literatura, além da moda. Já redigiu livros e fez peças de teatro, cinema e shows, como o da banda U2.
Desde 1985 que trabalha como professor da Royal Academy, onde se formou. A partir de 1998 começou a criar para sua marca homônima, com padrões selvagens, algumas vezes de forma provocante e outras de um forma extremamente comercial.
Dirk Van Saene abriu sua loja própria Beauties and heroes, assim que saiu do curso, em 81. Dessa forma Dirk teve a possibilidade de participar de diversos concursos, entre eles o chamado “fuso dourado” da qual foi o responsável por angariar quase todos os prêmios.
As suas coleções são conhecidas pela inconsistência, o estilista vai de um tema a outro rapidamente, dificultando a avaliação da critica. Seguindo a linha desconstrutivista de Ann, outra característica forte de suas criações são os acabamentos perfeitos, Dirk trabalha tecidos tradicionais como o látex e panos de cozinha.
Marina Yee foi criada na Bélgica, mas possui raízes chinesas, foi financiada no inicio de sua carreira por um investidor japonês e em 86 desenvolveu sua primeira coleção própria, mas por não querer assumir o lado comercial da moda, Marina acabou sair do mundo da criação. Em 92, arriscou voltar, e desde então recicla peças de moda antiga combinando com materiais finos outros grossos. Trabalhou também na decoração do Hotel Royal Windsor de forma original e futurista.
Já Dick Bikkembergs, iniciou a sua carreira de uma forma diferente dos outros integrantes, com uma formação de designer, ele criava sapatos e só depois entrou para o segmento de roupas criando para homens, mulheres, jeans e desporto. Depois de trabalhar utilizando somente a racionalidade, Dirk injetou nas suas criações uma dose de erotismo, trabalhando muitas vezes em cima do fetiche em couro. Estabeleceu-se em Milão e desde 2003 veste um clube de futebol com seu nome.
Após os criadores nomeados de The Antwerp Six se formarem e assumirem uma posição de respeito extremamente desejada no mundo da moda, a Bélgica conquistou uma reputação fortíssima no ramo de criação e principalmente para os estudantes da Royal Academy.
Por esse motivo todos eles estão presentes na comemoração dos 350 anos da faculdade, uma exposição no MoMu, o museu da cidade de Antuérpia, que apresenta diversas obras dos seus ex-alunos. A exposição ficou até Fevereiro de 2014.

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