Certamente não é exagero nenhum quando afirmamos que o filme “Vizinhança do Barulho” é um retrato da realidade africana, é notório que o filme foi feito para nós.
Por quê? Tem muitos símbolos que dizem respeito tanto à nossa cultura e infelizmente, algumas más experiências.
Este filme conta a história de Ashtray, um jovem que vai morar com o pai, num bairro da periferia para, nas palavras de sua mãe, “aprender a tornar-se um homem”. Daí, já identificamos dois estereótipos: a mulher negra forte que de caras já diz que teve dois empregos por muito tempo para sustentar o filho e o mantê-lo longe das ruas.
E também tem o pai, com quem Ashtray não parece ter muito contacto e que tem uma idade muito próxima do próprio filho, indicando uma paternidade precoce.

Ainda no desenrolar do filme aparecem vários pontos a reter:
Parece meramente a reprodução dos estereótipos a respeito de pessoas negras: temos pais ausentes e irresponsáveis. Temos um jovem que tem um comportamento comum ao que associamos a um dependente químico. Um outro que tem um discurso militante e só se relaciona com mulheres brancas. Ou ainda o jovem que está prestes a tornar-se o primeiro do bairro a ir à universidade.
Em suma, o filme faz-nos refletir sobre questões como o desejo de viver uma vida melhor, a nossa relação com a branquitude, com a violência, a normatização do tombamento dos corpos, com uma pegada de humor que é característica dos irmãos Wayans.
A trilha sonora deste filme alcançou, na época do seu lançamento, o 18o lugar na Billboard e o 3o em álbuns de R&B e hip-hop dos Estados Unidos.
“Vizinhança do Barulho” foi lançado em 12 de Janeiro de 1996, tanto a produção quanto os papéis principais ficaram nas mãos de Shawn e Marlon Wayans.

Comentários recentes