A obesidade é uma doença crónica que afecta milhares de pessoas em todo o mundo, sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um dos maiores problemas de saúde do mundo.
A obesidade é caracterizada pela acumulação excessiva de gordura no corpo, o que pode levar ao surgimento de outros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e diabetes.
Nessa senda, a Chocolate Lifestyle manteve uma conversa com a Nutricionista angolana, Kilsan da Rosa António, onde a profissional de saúde alerta sobre os perigos e sugere dicas para a prevenção e tratamento desta doença que é considerada a epidemia do século XXI.
Kilsan da Rosa António é uma jovem normal, simpática, comprometida, dedicada e apaixonada pela Nutrição.
Escolheu ser Nutricionista porque era algo que sempre lhe chamara a atenção em todas as suas facetas. Desde a Nutrição Clínica à Nutrição Comunitária.
Portanto, desde muito cedo, entendeu que queria ajudar e orientar as pessoas com a sua forma de alimentar-se e não só, ajudá-las a fazer escolhas sábias no que toca ao que comer, como comer, onde comer e juntos melhorar o seu estado de saúde e nutricional das populações.
Nutricionista oficialmente há 6 meses, todavia considera-se Nutricionista já há 5 anos, desde o momento que ingressou na Universidade.
“A obesidade é uma doença crónica e complexa, com consequências fisiológicas, metabólicas, sociais e psicológicas graves, que afecta pessoas de todas as idades, sexo, etnia, nível social e económico”, comentou, a Nutricionista formada em Nutrição pela Universidade de Ciências Médicas de Havana, na especialidade de Nutrição.
No decorrer da conversa, Kilsan António esclarece que “a obesidade não é um problema estético, é uma questão de saúde, não se limite a comer, coma melhor, a nutrição não é moda, é ciência e a restrição calórica não é a solução.
A obesidade é uma doença em si mesma, que traz várias complicações tais como: hipertensão arterial, diabetes tipo 2, hipercolesterolemia, problemas renais, doenças cardiovasculares, apneia do sono, assim como alguns tipos de cancro”, esclareceu.
“Actualmente, pode ser considerada como um problema de saúde pública que vem crescendo consideravelmente.
O acesso rápido e fácil a alimentos ‘não saudáveis’, o stress do dia-a-dia devido a problemas laborais, matrimoniais, escola, a privação do sono e a pouca prática de actividades físicas devido à modernização e pouca disponibilidade, estão a levar as pessoas a habituarem-se a um estilo de vida sedentário e a práticas alimentares não saudáveis.
Sendo a obesidade uma doença de múltiplas causas e que se desenvolve com o tempo, ou seja, o seu curso é de largos períodos ou mesmo décadas (pois ninguém torna-se obeso da noite para o dia, não é mesmo?), o seu tratamento é lento e progressivo, levando sempre em consideração o estado de saúde, nutricional, psicológico, social e económico do indivíduo e não apenas uma mera carreira de quem perde 20kg em uma semana, pois uma perda de peso excessivamente rápida não é saudável nem realista.
Kilsan, ao aperceber-se da grande necessidade de se alertar e informar sobre os perigos desta doença, deixou algumas dicas para o devido tratamento e prevenção da obesidade.
1- Reduzir o consumo de açúcares simples!
Os açúcares simples provocam maior aumento nos níveis de insulina, sendo que há uma hormona que metaboliza o excedente em forma de gordura, aumentando o peso.
Ex: Refrescos, biscoitos, bolachas, sumos instantâneos, frutose industrializada, cereais açucarados, guloseimas etc
a) Ler as etiquetas dos produtos alimentares!
A quantidade de açúcares simples nestes produtos às vezes passa-nos ao lado. Outras palavras e denominações que indicam a presença de açúcar simples são: sacarose, glicose, frutose, maltose, amido hidrolisado, dextrose, etc.
b) Não faça lanches se não tiver fome!
A ideia dos lanches é fazê-los com alimentos saudáveis e com valores nutricionais.
c) O pequeno-almoço é algo opcional, não caia no mito de que é a “ refeição mais importante do dia”, é apenas uma comida.
2- Reduza o consumo de grãos refinados!
Estes estimulam os níveis de insulina em maior quantidade.
Ex: farinha de trigo branca e os seus subprodutos (pão, bolos, bolachas, biscoitos etc).
3- Modere o consumo excessivo de proteínas!
As dietas excessivamente altas em proteínas não são recomendadas, já que os alimentos não se consomem de forma isolada.
4 – Aumente o consumo de factores protectores!
Fibra alimentar: pode reduzir os efeitos estimulantes da insulina, dando-lhe assim um efeito benéfico contra a obesidade.
Exemplo destes alimentos: as frutas, as verduras de folhas verdes escuras (rama de batata, kizaca, gimboa, erva de feijão etc), as sementes de chia, feijão, frutos secos, flocos de aveia, sementes de abóbora etc.
5- Redução do stress e actividade física
Este libera a hormona cortisol e esta faz com que subam os níveis de insulina, que é um factor importante no aumento de peso.
Portanto, reduzir os níveis de stress forma parte do esforço encaminhado para perder peso. E pode fazê-lo mediante: meditação, yoga, oração, massagem e actividade física.
6 – Higiene do sono
É uma função vital, por ser imprescindível, restaurador, complementar e fisiologicamente necessária para que o organismo repare, cicatrize e descanse. E tem aqui algumas dicas para melhorá-lo:
- Dormir em completa escuridão;
- Dormir com roupas confortáveis;
- Dormir e acordar às mesmas horas;
- Dormir pelo menos de 7 a 9 h cada noite;
- Manter o quarto fresco;
- Não ter televisão no quarto.
E para finalizar, a nutricionista aconselha, para perder peso e evitar a obesidade, estes 5 passos:
- Reduzir o consumo simples e adicionados;
- Diminuir o consumo de grãos refinados;
- Redução do stress e actividade física;
- Alimentar-se de gorduras naturais e evitar as gorduras não saudáveis;
- Incrementar o consumo de Fibras.
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