O poeta e a poesia andam de mãos dadas. Zola Ramos, poeta e cidadão angolano, nascido aos 09 de Maio, na década de 80, na província do Bengo, apaixonou-se pela poesia (arte das palavras), no ano de 2000, por intermédio de Fridolim Kamolakamue, poeta e declamador. Desde então tem mudado a vida com esta arte.

Zola Ramos ou simplesmente o Poeta como é carinhosamente identificado, num ambiente relaxante e sereno – tal como as palavras perfumadas pelos seus significados e sentidos – contou à revista Chocolate a sua trajectória e revelou alguns dos seus projectos futuros.
Acompanhe:
C.H – Como é que se deu o seu encontro com a poesia?
– O meu encontro com a poesia deu-se no início de 2000, motivado pelo Poeta e Declamador Fridolim Kamolakamue.
C.H: Como poeta, quais foram e quem são as suas referências a nível nacional e internacional?
– Tenho várias referências, mas destaco o Fridolim Kamolakamue e Adriano Botelho – e da minha geração, destaco Gabriel Rosa, Kiocamba Kassua, António Paciência, Gino Sacramento, entre outros.
C.H: Há quanto tempo é poeta?
– Oficialmente e de forma profissional, desde 2009, pois no período de 2000 a 2009 fiz outras artes como Humor, Música e Teatro.
C.H: Como foram os seus primeiros passos?
– Os primeiros passos foram difíceis, na medida em que a poesia ainda não é valorizada como deveria e merece. E se é assim agora, imagina anteriormente. Prncipalmente porque eu tinha e tenho uma visão diferente e isso soava a estranho, o pessoal não estava habituado.
C.H: Qual é tipo de poesia que mais gasta de fazer e declamar?
– A minha poesia é de intervenção social, eu faço poesia baseado no dia-a-dia.
C.H: O que mais lhe encanta na poesia?
– O que mais me encanta na poesia é a lírica, a engenharia como se montam as palavras.
C.H: Fale-nos da sua trajectória como poeta
– Comecei a escrever a partir de 2001, ainda no colégio, depois fiz teatro, humor e música e em 2009 voltei e fiz parte de uma antologia de poesias declamadas – e de lá pra cá, tenho participado em várias actividades, como conferências, palestras, casamentos, aniversário e outros.
C.H: Qual é a maior dificuldade em ser poeta em Angola?
– É a não valorização da arte que fazemos.
C.H: De que forma a poesia marca a sua vida?
– De maneira muito profunda, sempre que eu tenho algo para desabafar, penso numa poesia.
C.H: Como descreveria a poesia?
– Tudo de belo.
C.H: Quando declama, o que é que mais deseja?
– Apenas espero que a minha poesia seja bem-recebida e que se compreenda a intenção e a profundidade do texto.
C.H: Fale-nos da sua obra.
– Estou a preparar o meu disco, que agora terá como título “O comício”, sendo este o título do meu show de poesia.
C.H: Sabemos que a poesia teve um papel importante para libertação nacional, como é vista a poesia na sociedade actual?
– Agora é vista só como um passatempo e quando se faz poesia mais intervencionista, tentam censurar.
C.H: Como avalia o mercado literário angolano? O que gostaria de mudar no mesmo?
– Há muita produção e pouco consumo, o que eu busco e gostaria era que se valorizasse mais.
C.H: Um desejo?
– Felicidade, só (risos).
C.H: O que se espera do poeta Zola Ramos, neste ano?
– Espero lançar o meu primeiro disco e abrir a minha empresa.
C.H: Uma frase de sua autoria com que mais se identifica!
– “Eu não subo ao palco para que alguém me atire 100 USD enquanto declamo, mas se me disserem que a chuva decidiu ser dinheiro, não vou negar que também tenho tambores para encher”.
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