Mussiro: a máscara milagrosa da beleza da mulher moçambicana

Celso Gamboa
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Nampula (província de Moçambique), tradicional e localmente é conhecida como a terra das “muthiana orera”: a residência das mulheres bonitas, conhecidas como Macuas. Numa prática diária, as Macuas preparam a sua segunda pele com a máscara mussiro, esta só é retirada ao anoitecer.

Extraída do caule da planta homónima, cientificamente denominado Olax dissitiflora e membro da família botânica Olacaceae, a máscara de beleza começa a ganhar textura quando o seupó obtido através da trituração manual de algumas partes do arbustoé misturado com água.

As Macuas começam a aplicar a máscara de mussiro durante a passagem da adolescência para a juventude. Antigamente, era utilizada em algumas localidades rurais, em rituais tradicionais que antecediam a preparação das mulheres para o matrimónio.

Segundo as investigações científicas, provou-se que o produto de origem natural contém importantes propriedades terapêuticas. Além de um bom aliado no combate à acne e inibidor de infecções fúngicas e bacterianas, consegue retardar os sinais de envelhecimento. Tudo isto, graças à grande capacidade de absorção da oleosidade.

Logo que a textura ideal da máscara é alcançada, preservando um certo nível de viscosidade, esta é espalhada uniformemente pela pele. As mulheres que a usam vêem-na como um“segredo milagroso”, responsável pelo embelezamento e renovação.

As mulheres Macuas são um símbolo matriarcal moçambicano e sinónimo de cuidado e beleza incomparáveis. Julga-se que o segredo que as exalta seja centenário. Desde tenra idade, ainda na fronteira com a adolescência, este colectivo incorpora uma máscara de origem natural, tingindo as suas feições e membros de branco. É considerado uma espécie de ritual que, além de ter uma conotação cultural e identitária, é rejuvenescedor. Acredita-se que tem a capacidade de eliminar as toxinas da pele, polindo-a e iluminando-a de forma exímia.

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