O quimbundo e os seus seguidores

Ndongala Denda
2 Min Read

É lindo quando se ouve falar quimbundo pelos nossos mais velhos nas ruas de Luanda, ou mesmo quando viajamos para o Bengo, Cuanza Norte e Sul e Malanje e ao descermos do carro observamos os jovens, até parece avistamos terra após seis meses a flutuar em alto mar. O quimbundo tem sim esta força de interessar quem nunca ouviu falar dela e deseja aprender o básico.

Foi por volta do século XV que se passou a conhecer o quimbundo, através do povo Ambundo, habitavam no extremo norte do rio Kwanza e implementaram as suas raízes culturais como a civilização Bantu, as suas danças e o artesanato que o tempo jamais apaga, fruto da transmissão dos valores de geração em geração.

Com Angola independente, o quimbundo tornou-se muito popular para os nossos ouvidos, sobretudo dos luandenses que adoptaram vários termos para um português mais informal como “kitandeira”, “kandengue”, “bassula”, “mulemba” “cota” e muitos outros termos que são populares no nosso dia-a-dia. Para a alegria dos angolanos, amantes do português, é que a língua lusa fez um casamento com o quimbundo, anexando termos no seu dicionário como um português angolano.

A nossa cultura tem falado alto para os outros povos conhecerem a lingua do Reino do Ndongo e apaixonarem-se pela sua música, rica em histórias do seu povo, e que tem uma felicidade desconhecida aos olhos do exterior. Mesmo não entendendo a sua linguagem, as canções em quimbundo proporcionam um ritmo daquele orgulho em ser africano, e já conquistou muitos estilos musicais como o gospel, afro jazz, semba, Rnb, rap, kizomba e até mesmo o house que detém a maioria dos jovens como seguidores.

A literatura também não ficou de lado ao ensinar o valor do quimbundo aos mais novos, através dos seus livros, cujos seus escritores sentiram-se na obrigação de preservar este patrimônio. Os jovens de facto, têm respondido com grande entusiasmo depois da criação de dicionários e a implementação da língua no sistema escolar.

Share this Article