Festival da lusofonia acontece pela primeira vez online

Ndongala Denda
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O festival que reúne artistas de países lusófonos num só palco acontece de 18 a 23 de Junho, em formato virtual, pela primeira vez (por conta da pandemia).

Com o objectivo de promover o intercâmbio nas artes cénicas entre todos países de língua oficial Portuguesa, o Festlip antecipou a 12ª edição para o primeiro semestre deste ano, a fim de difundir a união de quatro continentes por meio de conteúdos artísticos transmitidos ao vivo nos seus canais do Facebook e Youtube neste período de confinamento mundial.

Com o apoio da CPLP e do Instituto Camões, o FESTLIP_On vai oferecer ao público, durante seis dias, uma variedade de actividades culturais desde peças teatrais, leituras dramáticas, shows, programação infantil, filmes, poesia, debates, exposição de fotos e exibição gastronômica.

O FESTLIP_On quer ainda mostrar em 2020 a união de 220 milhões de amigos virtuais, falantes da língua portuguesa nos nove países lusófonos espalhados pelo mundo.

Segundo a directora artística do Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa, Tânia Pires, o FESTLIP tem sido pioneiro em utilizar a tecnologia para conectar os lusófonos.

Em 2017, quando a conectividade foi a temática do festival, fizemos a interacção ao vivo entre Angola, Moçambique, Portugal e Brasil durante a cerimônia de abertura e apresentamos um projecto único no mundo: A peça A terceira margem do rio“, do conto homônimo de Guimarães Rosa, foi ensaiada à distância por nove actores dos nove países de língua portuguesa, sob a direcção do encenador brasileiro Paulo de Moraes”, explicou a actriz brasileira Tânia Pires.

Paulo de Moraes será o homenageado desta edição, não apenas pelo ineditismo dessa empreitada, tão simbólica neste momento, como pela sua consistente trajectória artística”, adiantou Tânia Pires.

O FESTLIP inclui também o Som da Língua, uma proposta nova de Tânia Pires em parceria com a Linharte Produções , dirigida pelo cantor angolano Paulo Matomina.

“O impulso para este movimento surgiu da necessidade de mobilizar, num momento tão adverso, toda a comunidade artística destes países. Não podemos ficar em silêncio e a união é a melhor forma de não permitirmos o abatimento. A nossa arma é a nossa língua ”, contou a organizadora.

A participar no FESTLIP pela segunda vez, além de marcar presença como cantor, Paulo Matomina está como director desta iniciativa.

Estamos a levar o nosso melhor para as pessoas, esperamos que mais do que números, alcancemos os corações e possamos transportar o calor humano na forma de arte”, avançou em exclusivo à Chocolate.

Residente no Brasil, o artista esclareceu que este formato visa justamente reforçar a ideia do isolamento para o cuidado recomendado pelas autoridades, e ao mesmo tempo leva às pessoas a mensagem de que não estão sozinhas diante das dificuldades.

Queremos que a música transponha as fronteiras do distanciamento social e seja uma companhia de verdade. Vamos bater à sua porta, pedir licença e tocar. Tocar o seu coração e falar a sua língua”, reforçou o autor do clássico “Boélo”.

Além dos angolanos Paulo Matomina e Abel Dueré, fazem ainda parte do espectáculo a cantora brasileira radicada em Portugal, Luanda Cozetti, e o seu grupo, Couple Coffee; o DJ Mam, do Brasil; o cantor e músico John D’Brava, de Cabo Verde; a cantora Iragrett Tavares, da Guiné-Bissau; o cantor, compositor e baterista Otis Selimane, de Moçambique; o cantor, compositor e multi-instrumentista Yami, de Portugal; e o cantor, compositor e guitarrista Tonecas Prazeres, de São Tomé e Príncipe.

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