Arante Kivuvu e Francisco Mapanda – dois activistas envolvidos no processo “15+2” – transformaram em livraria pública a parte de baixo da pedonal da paragem Robaldina, – no município de Viana, em Luanda – acção que tem incentivado os peões à leitura e uma opção para quem não tem muitos livros para ler.
Os activistas fazem parte do grupo de pessoas que foram afectadas financeiramente pela pandemia do Novo Coronavírus. Arante e Francisco viram-se obrigados a recorrer à venda de cigarros e pacotes de whisky debaixo de uma das mais diversas pedonais de Viana. Segundo o Novo Jornal, os dois jovens conhecidos pelo envolvimento mediatizado no processo dos “15+2”, intercalam a venda de cigarros e whisky com a leitura, seguida de troca de ideias sobre o livro que cada um já leu.
Arante e Francisco consideram-se privilegiados que lêem e discutem sobre coisas que já sabiam, pelo que se sentem no dever de partilhar os aprendizados que carregam. Como sempre quiseram ter um projecto de incentivo à leitura, os dois jovens decidiram juntar a “fome com vontade de comer”: recolheram as várias dezenas de livros que tinham em casa e criaram aquilo a que chamam de “biblioteca despadronizada”.
O cheiro de urina e fezes não inibe a vontade dos Jovens e crianças de beber dos livros, ignoram a multidão, o tumulto dos taxistas e outros veículos que passam pela Avenida Deolinda Rodrigues, Vulgo Estrada de Catete.
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