O Apaixonante “All The Bright Places”

Janilson Duarte
5 Min Read

Actualmente, temos assistido à banalização dos filmes românticos, devido à sua “expectabilidade”. Porém, “All the Bright Places”, ou se preferir, “Fala-me de Um dia Perfeito”, não é um romance vulgar e promete imprevisibilidade e muitas emoções à flor da pele. A longa-metragem dirigida por Brett Haley estreou a 28 de Fevereiro.

O enredo baseado no best-seller internacional de Jennifer Niven, acompanha Violet Markey (Elle Fanning) e Theodore Finch (Justice Smith), cujas vidas são transformadas para sempre quando se conhecem. Juntos, constroem uma história de amor, apoiam-se para curar os estigmas emocionais e físicos que adquiriram no passado.
O guião é extasiante e apela imediatamente aos mais profundos sentimentos.

Violet (Fanning) e Theodore (Smith) são colegas de turma, mas não se conhecem. Violet Markey vive para o futuro e conta os dias que faltam para acabar a escola e poder fugir da cidade onde mora e da dor que a consome pela morte da irmã. Theodore Finch é o rapaz estranho da escola, obcecado com a própria morte, em sofrimento com uma depressão profunda e com a mãe ausente. Todos os dias pensa em suicidar-se. E todos os dias algo de bom o impede de o fazer. Durante uma das suas corridas nocturnas, Theodore Finch encontra Violet Markey no parapeito de uma ponte a tentar cometer suicídio e salva-a. Após o incidente, começa uma nova jornada na vida de duas personagens que passaram por momentos traumáticos e que se encontravam isolados de tudo e de todos…

A obra cinematográfica encontra-se repleta de actores que têm um historial brilhante no mundo do cinema. A atriz principal, Elle Fanning, muito conhecida pelos seus papéis, fez um trabalho excelente. Justice Smith também se destaca com a melhor e mais difícil performance em todo o filme. Ambos fazem com que o espectador se agarre ao ecrã e saboreie cada momento e cada palavra sentida pelas respectivas personagens, cheias de mudanças de humor incríveis, nas quais não há exagero. Tudo parece simplesmente natural.

O cenário é algo que sobressai. O produtor faz uso de tons mais frios para descrever as fases mais sombrias e tristes. Mas à medida que os protagonistas se vão conhecendo e baixando a defesa, as cores vão-se esbatendo para tons mais quentes, que parecem iluminar especialmente a cara das personagens e realçar o sorriso.

Há também um jogo de palavras, nas quais se critica uma sociedade que “gosta de rótulos” e que nos confina a essa definição socialmente estabelecida. Nesse contexto, a música “Too Young to Burn”, dos Sonny & the Sunsets, marca uma nova etapa de aventura e diversão, em que Finch e Violet aproveitam loucamente a vida como se não houvesse amanhã.

É uma arrebatadora e apaixonante narrativa de superação, em que é necessário saber ler-se nas entrelinhas para perceber a verdadeira mensagem deixada pelo argumentista.

Dois grandes protagonistas

Elle Fanning e Justice Smith protagonizam e destacam-se neste filme, que adapta o romance de Jennifer Niven, que é co-autora do argumento da película (do qual Fanning é também produtora). A intenção é clara: chamar a atenção para os problemas de saúde mental e o seu impacto na vida dos jovens. No entanto, o coração da história está no casal que a protagoniza, Violet e Theo.

Apesar de ser por vezes sombrio, a verdade é que certos momentos com eles revestem-se da felicidade dos dias perfeitos que dão o título ao filme. A trama foge da leveza e do romantismo e remete-nos constantemente para a instabilidade emocional das personagens principais. Isto é alcançado pela realização, pelas cores e iluminação, mas também pelos actores, dedicados a trazer vida e realidade a personagens que, quando existiam apenas nas páginas de um livro, foram muitas vezes criticadas por serem a corporização de problemas mentais.

Assista ao trailer:

“há lugares brilhantes mesmo em tempos sombrios. E se não houver… tu podes ser aquele lugar brilhante com capacidades infinitas”.

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