Saiba quem foi a atriz Nicette Bruno

Janilson Duarte
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Nicette Xavier Miessa é o verdadeiro nome de Nicette Bruno, actriz nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, que teve uma grande carreira na televisão e teatro. O seu envolvimento na arte começou bem cedo, influenciada pela família, toda ligada à arte. Aos 4 anos, já declamava e cantava na Rádio Guanabara. Com 5, começou a estudar piano e apresentar-se como pianista e aos 6 entrou no balé no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Aos 11 anos entrou para um grupo de teatro e passou por várias companhias.

Aos 14 anos já era actriz profissional. Em 1947 participou da peça “A Filha de Ilório”, que lhe rendeu uma medalha de ouro de Actriz Revelação pela ABCT (Associação Brasileira de Críticos Teatrais). Durante a adolescência ainda participou de muitas outras peças de destaque.

Quando tinha 17 anos, fundou com Paulo Goulart – com quem foi casada por 60 anos até 2014, ano da sua morte – em São Paulo, o Teatro de Alumínio, na Praça das Bandeiras, edifício sede do Teatro Íntimo Nicette Bruno (TINB), companhia criada em 1953. Nas décadas de 1950 e 1960, integrou muitas companhias e participou de muitas peças em todo o país.

Pioneira na televisão, esteve na extinta TV Tupi desde a sua inauguração, em 1950. Esteve também em várias novelas das TVs Continental e Excelsior, participando de muitos recitais e teleteatros. A primeira novela foi “Os Fantoches”, em 1967, de Ivani Ribeiro. Naquela década, participou dos sucessos “A Muralha”, “Sangue do Meu Sangue” (primeira versão, 1969), e já na TV Tupi “O Meu Pé de Laranja Lima” (primeira versão, 1970) e “Éramos Seis” (terceira versão, 1977, na qual foi a protagonista – Dona Lola).

Recorda-se que a última novela de Nicette foi “Órfãos da Terra” (2019), na qual viveu Ester. Este ano, ela fez uma participação especial em “Éramos seis”, remake da novela que protagonizara em 1977, na TV Tupi. Nos palcos, Nicette brilhou em vários momentos, como no musical “Somos irmãs”, ao lado de Suely Franco, com o qual ganhou vários prémios em 1998.

A estreia nos palcos veio em 1945, com a peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Em 1947 ficou marcada com a premiação de medalha de ouro de melhor atriz, que recebeu da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT), pela representação da personagem Ordella, em “A filha de Iório”, de Gabriel D’Annunzio.

Nas décadas de 1950 e 1960 Nicette Bruno consagrou-se como um dos grandes nomes da área cénica do Brasil. A actriz integrou fortes companhias do país e, em 1958, recebeu o prémio de melhor actriz da ABCT e do Governo do Estado do Rio de Janeiro pela actuação no espetáculo Pedro Mico, do romancista Antônio Callado.

Nicette Bruno teve a primeira aparição nas telas através do filme “Querida Susana”, em 1947, dirigido por Alberto Pieralisi.

A trajetória de Nicette Bruno continuou na Rede Globo, onde se firmou com muitos trabalhos. Entre eles, estão as novelas “Sétimo sentido” (1982), “Louco amor” (1983), “Selva de pedra” (1986), “Rainha da sucata” (1990) e “Mulheres de areia” (1993). A actriz conquistou a nova geração ao interpretar a Dona Benta, na versão do “Sítio do pica-pau amarelo” de 2001.

Na carreira longeva, a atriz ganhou prémios como o da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, o Leão Lobo, o Shell de Teatro, a Ordem do Ipiranga, o Eusélio Oliveira, o Tropeiro, o Cesgranio de Teatro e o Mário Lago – este em 2018 entregue no “Domingão do Faustão”. Também foi consagrada com o prémio da Associação Paulista dos Críticos de Arte e com o Brazilian International Press Awards. Infelizmente, Nicette Bruno faleceu neste Domingo, 20. Nicette tinha 87 anos de idade e estava internada com Covid-19 na casa de saúde São José, no Rio de Janeiro.

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