Fazedores de Arte refletem sobre o Dia do Artista

Janilson Duarte
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O Dia do Artista comemora-se a 24 de Agosto. Nesta data, a Chocolate parabeniza todos os artistas do mundo, especialmente os Angolanos.

O actor, o realizador, o poeta, o escritor, o pintor, o compositor, o músico, o dançarino, o artesão, o fotógrafo, o desportista, entre tantos outros.

Como sabemos, o artista é todo aquele que se expressa através da arte e que cultiva o sentimento do belo, sendo portanto possível encontrar artistas em variados campos.

Essa data tem o objectivo de agradecer a todos aqueles que, com a sua arte, fazem o homem fugir à sua realidade e sonhar. Sem eles, o mundo não seria tão colorido e valioso.

Como esses profissionais muitas vezes sacrificam grande parte das suas vidas para produzirem obras para o bem da sociedade, esta data surgiu para homenagear o seu trabalho.

Para o efeito, a revista Chocolate conversou com vários artistas nacionais, de diferentes áreas, sobre a efeméride.

O coreógrafo e bailarino Dilo Paulo, licenciado em Dança, refletiu sobre a data com alguma preocupação.

“Esta data lembra-me que ainda temos muito trabalho a fazer porque são poucas as pessoas que valorizam e entendem o real poder da arte.

Em muitos lugares ainda somos tidos como marginais. Então convido todos a refletir um pouco sobre o que seria do mundo, principalmente neste momento atípico de pandemia, se não existissem artistas”, começou por refletir o artista Angolano residente no Brasil.

E sobre o papel de um artista dentro da sociedade, Dilo elucidou.

“Acho que todos os artistas, todas as formas de arte têm um papel fundamental para sociedade.

Sempre que tenho uma oportunidade, procuro mostrar às outras pessoas que a arte vai muito além do entretenimento, não que este não seja importante, mas é através dela que podemos comunicar, falar sobre desejos, sonhos, ampliar a nossa visão dentro do mundo em que vivemos”, disse o coreógrafo e bailarino da companhia de dança Corpus Entre Mundos

E por sua vez, Baptista João, jovem Angolano residente em Espanha, que desde muito cedo tinha o sonho de ser jornalista e hoje é um cineasta, também falou sobre data.

“Acho que é um dia especial para qualquer artista que viva num país onde se reconheça o verdadeiro valor artístico para com a sociedade.

E por outra, é uma pena muito grande continuar a pensar que os músicos são os únicos artistas, porque Cultura não é só música”, esclareceu.

“A data do dia do artista para nós é uma data de festa, alegria e de muita reflexão sobre os artistas no seu todo.

Digo isto porque os artistas são os impulsionadores de uma sociedade dentro da sua arte”, começou por explicar o escritor e contador de histórias Africanas Henrique Sungo.

E num dia de celebração, Henriques afirma que não sente união entre os artistas no geral.

“Sinceramente dizendo, não vejo união na classe artística, aliás, penso que a nossa classe não está saudável como deveria estar, não se pode falar de união de artista sem falar de educação no sentido cultural.

Por isso, essa data é de muita reflexão tanto para os artistas, como também da sociedade em si e ainda do próprio Governo, que ajude com leis favoráveis, de maneira a que tenhamos uma classe artística, com maior coesão e disciplina”.

O amor pela arte do design gráfico despertou há seis anos e hoje é um dos melhores entre os jovens do mercado nacional, Délcio Akweto Gomes Caiaia entende que a data seja importante, porém poucos desconhecem o valor real.

“Tenho a plena certeza de que em algumas partes do mundo é uma data oportuna para se refletir sobre o grande papel e valor do artista e sobretudo da arte como partes integrantes e determinantes para a formação do homem e da sociedade.

E para a nossa realidade, ainda não há a devida valorização dos designers gráficos em Angola, em particular, sobretudo quando se trabalha de forma independente. Contudo, passos têm sido dados para a inversão deste quadro e os mesmos têm sido visíveis. Mas ainda há muito trabalho de casa para fazer”, terminou.

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