Os bijagós são um povo africano, residente no arquipélago dos Bijagós, na região da Guiné-Bissau. Não são um grupo homogéneo, mas sim um conjunto de grupos sociais, conscientes de uma unidade étnica fundamental, com idiomas e costumes variados, que divergem de ilha para ilha e até dentro da mesma ilha. São conhecidos pela sua lealdade, gentileza, honestidade e respeito.
A etnia dá nome ao conjunto de 88 ilhas que formam o Arquipélago dos Bijagós – o único arquipélago deltaico da costa oeste africana, classificado em 1996 pela UNESCO como Reserva da Biosfera. Eles representam 70 por cento da população que ali habita e o modo de vida que eles desenvolvem em harmonia com a natureza explica o seu estado de conservação.
Os Bijágos são uma etnia reconhecida como sendo matriarcal, ou seja, é o tipo de sociedade onde o poder é exercido pelas mulheres, em especial pelas mães; o facto de dar à luz confere à mulher o estatuto mais elevado da hierarquia familiar. Sendo o poder religioso exercido pelos dois géneros, as mulheres não precisam da intervenção dos homens para poderem entrar em contacto com o sobrenatural.
Na sociedade Bijagó, a mulher tem o poder para decidir como é que se faz a cerimónia, quais os rituais, para que fins e em que momento. Para se perceber melhor o poder da mulher, saiba que quando se trata de relacionamentos amorosos, até as mulheres têm o poder de escolha. Diante destes casos, quando uma mulher quer um homem, “ela apanha conchas na praia, faz um bom prato e coloca-o em frente à sua casa. Se ele comer, significa que ele concorda casar-se com ela”. A Bijagó é a única etnia da Guiné-Bissau que não pratica a circuncisão dos meninos, nem a excisão das meninas.
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