Por que é que Malta ganhou o título de melhor destino europeu para turistas LGBT+?

Janilson Duarte
5 Min Read

Como sabemos, LGBT é a sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros. O termo é usado desde os anos 1990, é uma adaptação de LGB, que era utilizado para substituir o termo gay para se referir à comunidade LGBT no fim da década de 1980.

Muitos homossexuais ainda não se sentem seguros na Europa por serem discriminados, apesar das leis vigentes que garantem os seus direitos.

Definitivamente, este é um local onde a palavra “diferença” encontra espaço, numa época onde a discriminação por quem tem opção sexual “fora do normal” tem sido constante.

Mas em Malta parece que não é bem assim, lá a história já é outra, a comunidade LGTB+ encontra sossego e paz e ainda consegue desfrutar de belos passeios.

Pelo quarto ano consecutivo, ganhou o título de melhor destino europeu para turistas LGBT+, segundo o índice ILGA-Europe Rainbow Map – ferramenta que classifica os 49 países da Europa segundo as leis e políticas de igualdade LGBTI.

O país obteve uma pontuação de 89% devido às leis, políticas e anuência do estilo de vida LGBT+. O top 5 é composto pela Bélgica (2º lugar), Luxemburgo (3º lugar), Dinamarca (4º lugar) e Noruega (5º lugar).

“O ranking anual, desenvolvido desde 2009 pela ILGA-Europa, classifica os países de acordo com as suas leis e políticas que impactam a vida da comunidade LGBT+. Igualdade, questões familiares, discurso de ódio, reconhecimento legal de género, liberdade de expressão e direitos de asilo também contribuem para a classificação”, dizem em comunicado.

“Os malteses têm uma grande reputação de bondade e excelente hospitalidade, e isso reflete-se na maneira como recebem todos os viajantes das ilhas, incluindo, é claro, o mercado LGBT+”, afirma Peter Vella, director no Reino Unido e Irlanda da Autoridade do Turismo de Malta.

Nos últimos anos, Malta progrediu exponencialmente (dado que até muito recentemente o divórcio não era permitido), como exemplo, no ano passado, foram introduzidos os passaportes de género neutro.

Neste país mediterrâneo existem inúmeras atrações dedicadas à comunidade LGBT+. O Michelangelo Club Lounge, localizado no coração da vida nocturna de Malta em Paceville, St. Julians, organiza regularmente eventos temáticos para esta comunidade que duram até às primeiras horas da manhã.

Tem ainda o Rubies Bar, localizado em San Gwann, é conhecido pela atmosfera descontraída, com karaoke, mesas de bilhar e Djs conhecidos. A comunidade LGTB+ também pode desfrutar dos shows de cabaré no Birdcage Lounge.

O Monaliza Hall, em Valletta, é muito popular, particularmente entre o público mais maduro.
Quanto às praias de Malta, as de Ghajn Tuffieha e Gnejna Bay são as mais movimentadas pelo público LGTB+. Para aqueles que gostam de praticar naturismo, a praia de Qarraba, com acesso a pé a partir de Gnejna, é a mais indicada.

Entre a oferta variada de locais e de programas a fazer em Malta, os viajantes LGTB+ não podem deixar de visitar a Charles & Ron, a única marca de moda maltesa que desfila em Nova Iorque, pertencente à empresa Parascandalo, um estilo considerado mais streetwear, mas ainda muito original.

Agora, como lá ir? É simples. As duas formas de chegar a Malta são por mar e ar. Embora a forma mais comum de chegar à ilha seja de avião, Malta também costuma ser uma parada imprescindível dos cruzeiros que navegam pelo Mediterrâneo.

De Portugal, é possível lá chegar apenas de avião. Do Brasil, não existem voos directos.

A forma mais económica e rápida é com certeza de avião. Várias companhias de baixo custo oferecem voos directos de Lisboa, Porto, Madrid ou Barcelona durante praticamente todo o ano. O trajecto até Valletta dura cerca de três horas desde Portugal.

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