Nos tempos que correm são várias as questões que se impõem. E a saúde mental? Onde está?
Pessoas em quarentena, cidadãos preocupados por não poderem ficar em casa, funcionários de empresas privadas a trabalhar em sistema de home office, escolas, universidades e comércios fechados, ou nem por isso, não se compreende bem!
Diante deste cenário dicotómico, é necessário dar-se uma atenção especial à saúde mental. Entre as crises de ansiedade, picos de stress e paranóias, não são raros aqueles que se dizem afectados por estas patologias. Consequência: sistema imunológico condicionado.
A psiconeuroimunologia (um palavrão ao qual habituo-me cada vez mais e ouso-me a pronunciar) explica-nos as ligações entre o cérebro, o comportamento e o sistema imunológico. Ou seja, diz-nos que o stress psicossocial diminui a eficiência do sistema imunológico, aumentando significativamente, portanto, a capacidade das pessoas adquirirem sintomas médicos. Por outras palavras, diz-me que estamos mais propensos a contrair a doença.
Dessa maneira, a imunocompetência (capacidade do sistema imunológico proteger o corpo), estará relacionada com factores psicossociais que afectam o sistema imunológico, como os estados emocionais e o tipo e a intensidade de stress que a pessoa tem estado a enfrentar.
Diversos estudos feitos nesta área apontam que os níveis de stress e a presença de um estado de depressão afectam a resposta do sistema imunológico, visto que podem impactar a produção de anticorpos.
É sabido que, frente a uma pandemia e/ou isolamento social, sentimentos de impotência e desesperança, ansiedade, humor deprimido e stress podem ser frequentes. E o que fazer para preservar a nossa saúde mental?
Bom… cada caso é um caso, nem é pretensão nossa criar regras. Cada um deve aplicar as suas próprias fórmulas “mágicas” para se sentir melhor. No entanto, sugiro sempre ter cuidado com o consumo de informações disponíveis e buscar informações apenas de fontes fidedignas.
Estabelecer uma rotina equilibrada, tentar incluir momentos de relaxamento nela ou talvez incorporar coisas de que gostamos, como ler um livro, assistir séries, etc.
Uma boa hipótese de mantermos a nossa mente equilibrada é conectarmo-nos às pessoas ao invés de nos afastarmos. A conexão com amigos e familiares é fundamental. Tirar um momento do nosso dia para conversar com eles, utilizando a tecnologia a nosso favor – pode manter a proximidade digital! Falar com pessoas próximas sobre os nossos medos e inseguranças pode ser uma boa forma de aliviar a tensão durante esse período.
Fazer exercícios físicos em casa, mantendo uma dieta equilibrada, também é uma excelente opção.
O stress e as sensações associadas a esse quadro não significam que não sejamos capazes de fazer o nosso trabalho ou que sejamos pessoas fracas. Significa que somos apenas pessoas.
P.S.: Se a sua angústia persistir por várias semanas, entre em contacto com um profissional de saúde mental, por favor!
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