A arte suave que elimina as diferenças de tamanho, peso, altura e alcance. Era uma arte praticada, no início da sua criação, por guerreiros samurais. Tem se dito que o Ju-Jitsu foi praticado pela primeira vez há dois mil anos e muitos acreditam que seja a origem de todas as artes marciais japonesas. O Jiu-Jitsu não é um concurso de força muscular, a arte assenta no equilíbrio, no uso da biomecânica natural do corpo humano e assim, a força disponível é aplicada com todas as vantagens.

Dentro desta bela arte está contemplada uma variedade de capacidades, desde os ataques a pontos vitais (Kyusho Waza), batimentos (Atemi Waza), projecções (Nage Waza), luta no solo (Ne Waza), até às técnicas de bloqueio (Ossae Waza), e nas articulações (Kansetsu Waza).
O Jiu-Jitsu brasileiro, Brazilian Jiu-Jitsu, ou BJJ (escrito também como jujitsu ou jujutsu) é uma arte marcial de raiz japonesa que se utiliza essencialmente de golpes de alavancas, torções e pressões para levar um oponente ao chão e dominá-lo. Literalmente, jū em japonês significa “suavidade”, “brandura”, e jutsu, “arte”, “técnica”. Daí seu sinónimo literal, “arte suave”.

Chega-se a uma convergência de indícios de que o Jiu Jitsu Brasileiro nasceu de uma das partes da luta no solo do antigo Jiu Jitsu e da luta no solo do Judo. A família brasileira Gracie foi a maior divulgadora da adaptação do jiu-jitsu brasileiro. Carlos Gracie, aos 23 anos de idade, juntamente com seus irmãos Gastão, George e Hélio, pela prática se adaptaram à luta no solo do antigo Jiu Jitsu, nesta época já organizada pedagogicamente no Judo desde 1887. Os irmãos Gracie conseguiram através dessa prática específica e perseverante, dar grande impulso no aperfeiçoamento e desenvolvimento da luta no chão. Adeptos dessa modalidade, os brasileiros, adaptaram então para o ensino e para a prática um método alternativo e fragmentado do tradicional Jiu Jitsu, desde então a modalidade – que tem foco em praticar as suas técnicas no chão – nunca mais deixou de ser praticada.

A sua maior diferença para a modalidade popularizada pelos Gracie está no uso de técnicas traumáticas, como socos, chutos, cotoveladas e joelhadas, além das quedas, projecções e chaves. Além disso, o jiu-jitsu também prevê o manuseio de armas como bastões, facas e espadas, entre outras.
Em Angola, os primeiros passos de Jiu-jitsu foram dados pelo Mestre Manuel NsasiyaNdele que criou a academia “Ranger mãe” no bairro Petrangol em 1985 e no ano seguinte o Mestre Dinamunito André criou o então CAFAM. Depois de alguns anos, exactamente em 1993, surgiu a academia San Fonte fundada por Mestre Lukisa Domingos. E gradualmente foram surgindo outras academias como o San II, Nidan, Ranger I e II KakeJecumat, Kodokan, Boshido, Buk Pai, Força pacassa, Okinaju e Escorpião. Em 2002 Mestres Lukissa Domingos, André Timoteo Tola, Luvumbo João Buala, MfumuLukoki Simão Vicente e Nzuzimavinga constituíram associações nas províncias de Bengo, Uíge, Zaire, Kuanza Sul, Huila e Malange, que daria origem à Comissão instaladora para a Federação da modalidade um ano mais tarde.

Em 2005 foram confirmados os Mestres André Timoteo Tola, MfumuLukoki Simão Vicente e Ramos Marinho David Junior como fundadores oficiais da Federação Angolana de Ju-jitsu (FAJUJ), publicado no diário da república no dia 7 de Maio de 2008.
Abel Massanga, praticante de Ju-Jitsu há mais de 18 anos, cinturão negro e 1° Dan pela federação Angolana de Ju-jitsu desde 2018, e instrutor de ju-jitsu tradicional hámais de 11 anos, também já praticou o jiu-jitsu brasileiro numa “troca de experiências com amigos”, mas, por pouco tempo, o que conquistou mesmo o seu coração foi jiu-jitsu das antigas.
O que Abel mais gosta no jiu-jitsu é “a disciplina e por ser uma modalidade completa (atemi waza, nage waza, ne waza e Goshin Jutsu )”, como não poderia deixar de ser, os seus filhos também seguem as pisadas do pai. “Eles gostam de ir treinar comigo e em casa também estão sempre a praticar”.

Sabe a partir de quantos anos os seus filhos devem começar com os treinos de jiu-jitsu?
“O mais aconselhável é três anos, embora os meus comecem a pisar o Tatame com 1 ano de idade”,
Como qualquer outra modalidade, o ju-jitsu tradicional traz inúmeros benefícios e vantagens para as nossas vidas, Abel Massanga sente na pele estes privilégios. “O Jiu-Jitsu me tornou um homem brando, respeitoso, resiliente, me ensinou a superar todos os tipos de obstáculos, para além de melhorar a minha forma física e mental”.

Como não podia deixar de o fazer, o mestre Abel tem passado a sua experiência com o jiu-jitsu a outras pessoas. “Esta tem sido a minha bandeira: motivar as pessoas na prática de exercícios físicos principalmente artes marciais, ao contrário do que as pessoas pensam, as artes marciais moldam para o bem as pessoas. A minha frase que uso: treina só, vais gostar”. “O Tal sensei Abel Massanga”.
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