Caria Melícia Carlos Alves Alentejo, n28 de Março de 1998, estudante de Direito. A digital influencer carinhosamente chamada “Corinha” fala sobre o seu trajecto no processo de emagrecimento, que ela diz ser a parte mais marcante da sua vida.
“Eu nunca tive problemas com a minha imagem, nunca achei que estava mal ou tive baixa auto estima, muito pelo contrário. Sempre me senti muito bonita, muito atraente, sentia-me super bem comigo mesma do jeito eu estava.
Claro que às vezes pensei em reduzir de tamanho para caber em algumas roupas ou estar mais elegante, mas era algo passageiro que eu logo descartava, nunca olhei para aquilo como uma grande preocupação.
Já tentei emagrecer algumas vezes, mas não era algo no qual me comprometia de verdade, começava a fazer por ter pessoas a sugerirem que eu precisava de emagrecer, mas tão logo começava, desistia, por não ser um compromisso meu. Algumas vezes os meus pais chegavam e diziam-me ‘amanhã tens de começar a treinar, já foste inscrita no ginásio’. Eu até ia, mas não durava muito tempo”.
Factor decisivo: “Foi por uma questão de saúde, durante a pandemia eu passava muito mal em casa, eu não saía de casa, mas eu já estava muito mal. Estava muito acima do peso mesmo, ao ponto de ter dificuldades para me movimentar, andava a coxear, tinha dores na coluna, palpitações… Eu tenho 1.56 aproximadamente, como algumas balanças completas indicam, e na altura estava a pesar 120 kg, o que era muito acima da média para uma moça de 23 anos, sem filhos. Isso aumentou a necessidade de eu me cuidar, a situação era difícil ao ponto de algumas vezes eu ter medo de morrer por estar na obesidade nível 3, que é chamada de “obesidade mórbida”, capaz de matar a pessoa durante o sono.
Eu não tinha disposição nem força para fazer nada, a obesidade é sem sombra de dúvidas uma doença, porque quanto mais o peso aumentava, pior eu me sentia. Essa situação de certa forma mexeu com o meu psicológico ao ponto de eu deixar de ver graça nas coisas, eu estava sempre irritada e mal-disposta, gritava com as pessoas de casa por pequenas coisas, porque tudo me incomodava – esse é o outro lado da gordura, porque afecta não só a nossa saúde física, mas também o nosso emocional, tudo isso contribui de forma negativa para a nossa destruição.”
O processo: “Acredito que foi no dia 15 de Agosto de 2020 que eu disse a mim mesma, ‘vou começar a fazer uma dieta, vou cuidar da minha saúde, vou alimentar-me melhor e não importa o tempo que irá durar, o mais importante para mim é começar, a meta era perder 20 kg em 1 ano e isso para mim era um bom começo pois não tinha pressa. Desde aquela data comecei a trabalhar em mim e para minha surpresa em 6 meses perdi 30 kg, eu mesma não acreditava na surpresa de ter alcançado esse resultado em tão pouco tempo.
Fui bastante disciplinada enquanto seguia o meu processo, tudo o que fazia, as emoções que eu sentia foram todas anotadas e penso futuramente em lançar um livro sobre o assunto.
Comecei por uma reeducação alimentar, reduzindo as porções e fazendo um jejum intermitente, tendo um acompanhamento da empresa Sonatura.
No segundo mês já retirei os carboidratos e adicionei os exercícios ao meu processo de emagrecimento, exercitando-me em casa mesmo, dentro daquilo que eram as minhas capacitações físicas. Até ao terceiro mês já não eram tão duro e conseguia caminhar melhor.
Tive quedas e acabei por me descuidar um pouco com a diminuição de algumas medidas de restrição na altura e aumentei um pouco o peso. Recorri novamente à Sonatura e consegui sair dos 82 kg para 76 kg, o que tem sido satisfatório pois vejo resultados bastante positivos em mim, aprendi muito com todo esse processo na minha vida. Já não olho para o que eu faço hoje como dieta, estética ou a necessidade de emagrecer, hoje vejo tudo isso como um estilo de vida. Faço musculação, treino diariamente e estou a amar cada processo porque até o meu psicológico tem sido moldado com tudo isso.
O processo ainda não está concluído, não tenho pressa nenhuma, o meu objectivo é ter um peso saudável, ter o mínimo índice de gordura possível, principalmente ter uma saúde boa. Porque muita coisa aconteceu e eu não gostaria de me descuidar ao ponto de ter a minha vida prejudicada pelo nível de gordura elevado.
Penso que tudo o que puder ser feito em prol da nossa saúde, se estiver ao nosso alcance, não devemos limitar-nos. Excessos devem ser evitados, o problema não está no comer, porque comer é bom e muito saudável, o problema é saber comer, não está no que a gente faz, mas como a gente faz.
Hoje estou feliz com tudo isso porque todo esse processo foi feito de perdas e ganhos, tive de limitar-me muito para poder crescer e alcançar as minhas metas, estou numa fase em que priorizo mais a mim do que a qualquer outra coisa, tudo isso exige algumas limitações e restrições, mas faço-o por gosto por ser algo para meu beneficio.
Para algumas pessoas é incompreensível porém não é nada pessoal, são apenas os meus ideais e os meus objetivos, sinto que este é o meu momento e não gostaria de ser mal interpretada por isso. Eu acabei por me descobrir e por conhecer os meus problemas desconhecidos, hoje consigo ser mais simples sem precisar de chamar demasiado a atenção, saídas têm sempre a sua altura ideal.
Depois de todo este processo eu achava que realmente era amada pelo que era, mas pude constatar que infelizmente a estética ainda influencia muito a maneira como somos tratados e isso até certo ponto me deixa triste.”
Conselho: “Emagreçam por vocês, tomem essa decisão por vocês, não procurem agradar aos outros, nada é perfeito e as pessoas nunca estão satisfeitas. Comentários negativos sempre surgem, seja antes do processo ou até mesmo depois dele concluído, por isso o mais certo é fazer por nós para evitar frustrações.”
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