A psicóloga organizacional Maria Futa dá dicas para manter uma saúde mental equilibrada

Janilson Duarte
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Hoje, mais do que nunca, tornou-se essencial falar de mindfulness, de humanização de processos, de poder emocional, de Saúde Mental, assim como das ferramentas que podem ser utilizadas para se ter uma saúde mental equilibrada.

“No mundo actual em que vivemos, as situações de tensão e stress podem surgir numa dinâmica muito célere em função do turbulento dia-a-dia. Antes de abordar propriamente as dicas para manter uma saúde mental equilibrada, gostaria em primeira instância de frisar algo muito importante: a busca pela saúde mental não é exclusividade de pessoas que sofrem de transtornos psicológicos ou mentais”.

Apesar da transformação digital e da globalização, ainda existem indivíduos na população angolana que partilham desse erro de pensamento.

“Para manter-se uma saúde mental funcional, é crucial envolver-se numa busca pela qualidade de vida através do autocuidado, o que leva a que se desenvolvam hábitos saudáveis, visto que cuidar da saúde mental também contribui para a saúde física, tendo em conta que problemas como a depressão, ansiedade e stress podem ser associados a uma baixa imunidade, insónias e outras doenças”.

Para tal, deve:

  • Praticar actividades físicas;
  • Ter uma dieta equilibrada e devida hidratação;
  • Priorizar a qualidade do sono (já que ter poucas horas de sono contribui para o desequilíbrio emocional);
  • Optar por relacionamentos saudáveis, de forma a manter-se uma rede de apoio sólida;
  • Explorar actividades relaxantes como a meditação;
  • Cuidar bem dos relacionamentos interpessoais;
  • Valorizar a própria personalidade;
  • Aprender a lidar com situações stressantes ou menos boas;
  • Doar-se a novos projectos ou causas sociais;
  • Optar por metas e objectivos realistas;
  • Não ter medo de dizer “não”;
  • Trabalhar de forma organizada, sem descurar os momentos de relaxamento;
  • Falar com abertura das emoções;
  • Passar tempo de qualidade com a família.

As empresas, os gestores e os líderes de 2022 têm uma importante missão, se antigamente já não era de todo fácil gerir as pessoas e as suas emoções, agora tornou-se ainda mais difícil.

“Nesta senda, deve criar-se um clima de abertura, empatia funcional e ainda precisam realizar com uma certa regularidade diagnósticos de Saúde Mental, para se ter resultados concretos e actualizados dos índices de apatia / empatia, stress e motivação dos indivíduos, de forma a saber-se se as componentes de saúde psicológica interferem nas competências”.

“Promover a saúde mental, o bem-estar laboral e a qualidade de vida entre os colaboradores são resultados de múltiplos esforços, o que envolve uma comunicação positiva, o fortalecimento do diálogo, a criação de vínculos de confiança e o desenvolvimento de ferramentas para as problemáticas emocionais encontradas no ambiente organizacional”.

Ainda nos encontramos no mês do Setembro Amarelo, que é dedicado à mobilização e sensibilização para a prevenção do suicídio, o que reluz a importância da gestão das emoções face às doenças mentais e ao suicídio.

“Porém, não podemos falar de Saúde Mental somente no mês em curso e sim em todos os meses, já que a mesma é de grande importância, visto que define o nosso bem-estar emocional, psicológico e social. Igualmente, ajuda a demarcar como lidamos com o stress, como nos relacionamos com outras pessoas e tomamos decisões. Serve ainda como regulador para trabalharmos as emoções positivas, assim como as negativas”.

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