O mundo poderá enfrentar uma crise reprodutiva com esta diminuição da qualidade do esperma humano – um problema para os casais que estão a tentar ter filhos e para a sociedade.

Um estudo publicado na revista Human Reproduction Update, realizado com base em dados de homens de 53 países, revela que a concentração média de espermatozóides diminuiu a sua qualidade nos últimos 50 anos, principalmente nos anos 2000.
As causas são pouco claras, mas os investigadores explicam a possibilidade de químicos desregularem o sistema endócrino e factores ambientais que condicionam o feto ainda no útero quando os testículos estão a desenvolver-se. O estilo de vida não fica de fora, também terá um papel: fumar, beber álcool, obesidade ou uma dieta pobre podem comprometer a fertilidade e ajudar a diminuir a contagem de espermatozóides.
O autor principal do estudo Hagai Levine, em entrevista ao The Guardian explica que este declínio afecta negativamente a capacidade de reprodução da população.
“Um declínio como este representa claramente uma redução na capacidade de a população se reproduzir”, referiu.
Em média, 101 milhões de espermatozóides por mililitro em 1973 para 49 milhões por mililitro em 2018. A contagem total de espermatozóides diminuiu 62,3% durante o mesmo período.
“Julgo que este é outro sinal de que alguma coisa está errada no mundo e que precisamos de fazer alguma coisa. Portanto, sim, considero que é uma crise que devemos enfrentar agora, antes de chegarmos a um ponto em que deixe de ser reversível”, disse Hagai Levine.
A tendência para a diminuição do esperma humano parece ser um fenómeno global.
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