Acabe com as dúvidas sobre coceiras no órgão genital

Elisio Manzanza
6 Min Read

A coceira vaginal, também conhecido como prurido vaginal é um dos sintomas mais frequentes para diversas condições de saúde que podem afectar a região íntima feminina uma área naturalmente sensível, regida por uma flora bacteriana e um pH que precisam estar em condições ideais. No entanto, quando esses fatores são alterados por alguma razão, isso pode provocar uma série de sintomas, entre eles as temidas comichões.

Apesar de serem frequentes, o prurido na vagina é sinal de que alguma coisa não vai bem. A coceira nas partes íntimas pode ser desde alergia a algum produto até infecções sexualmente transmissíveis.

O primeiro passo para identificar a origem da coceira é perceber algumas das suas características. Já de primeira, podemos dividir em dois grupos: coceira interna e coceira externa.  

Coceira interna

É a coceira localizada no canal vaginal em si e se caracteriza justamente por ser mais difícil de se ter e, assim, também mais difícil de tratar. Esse tipo de coceira é a mais frequentemente associada a infecções por fungos e bactérias. Também representa uma suspeita maior para a possibilidade de algum tipo de Infecção Sexualmente Transmissível (IST). 

Coceira externa 

Trata-se dos casos em que a coceira está localizada na região da vulva, isto é: os grandes e pequenos lábios, a região pubiana, o clitóris e a abertura do canal vaginal. 

A coceira restrita apenas a essa parte geralmente costuma estar associada a reações alérgicas causadas por tecidos sintéticos ou substâncias irritantes. 

Principais causas da coceira vaginal:

  • Candidíase

Esta é provavelmente a causa mais comum da coceira vaginal. A candidíase geralmente é causada pelo fungo candida albicans, que vive naturalmente na flora vaginal em pequenas quantidades. Em geral, ele se prolifera em momentos de estresse ou de baixa imunidade do corpo, dando origem à candidíase.

Ela costuma vir acompanhada coceira e ardência na região da vulva (parte externa) e da vagina (parte interna), sintomas que são agravados durante a relação sexual.

A candidíase também pode apresentar vermelhidão na região da vulva e o corrimento de aspecto leitoso e sem odor.

Esta é uma doença que pode ser transmitida pelo ato sexual, mas não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) já que mulheres sexualmente inativas podem desenvolvê-la.

  • Gonorreia

Uma doença sexualmente transmissível. O sintoma mais comum é o corrimento vindo da uretra, que é mais fácil de ser percebido nos homens. Nas mulheres, o corrimento vaginal (e não o uretral) só surge se houver infecção no colo do útero, o que não costuma ser tão comum. Nestes casos, os sintomas incluem coceira, dor durante a relação sexual, corrimento purulento e, em caso de inflamação no útero, pode haver escapes de sangue.

  • Clamídia

As mulheres costumam manifestar corrimento vaginal, coceira, dor durante o sexo, sangramento vaginal e dor ao urinar. Esses sintomas da clamídia são muito parecidos com os da gonorreia, e é impossível distingui-los sem avaliação laboratorial do corrimento vaginal.

  • Alergia a produtos químicos

Uma outra causa bastante comum da comichão nas partes íntimas é a alergia a algum produto químico. Muitas vezes, pode ser um produto usado no dia a dia, como o sabonete íntimo, o sabão em pó ou a marca do papel higiênico.

Também podem desencadear alergias: preservativo, contraceptivos de uso vaginal, cremes vaginais, lubrificantes e tecidos.

  • Higiene íntima inadequada

Consideramos que a higiene íntima é inadequada tanto nos casos de má higiene ou de higiene excessiva, já que esses extremos podem facilitar o surgimento de infecções que causam coceira e inflamação vaginal.

A falta de higiene favorece a proliferação de bactérias e fungos que causam infecções e irritações. Nas crianças, a falta de higiene adequada após urinar pode resultar em assaduras.

Por mais controverso que possa parecer, o excesso de limpeza na região íntima também não é benéfico. Além do risco de irritação pelo uso de produtos, existe também o risco de eliminação da flora bacteriana natural da vagina, que é um fator de proteção contra bactérias estranhas.

De uso muito comum, a ducha vaginal é altamente contraindicada, sendo uma das razões que podem levar à coceira e infecção na vagina.

  • Doenças da pele

Algumas doenças de pele acabam por atingir a região genital, como eczema, micoses de pele, psoríase e urticária, causando coceira vaginal. Nesse caso, não há presença de corrimento.

Em algumas doenças, os sintomas podem ser bem semelhantes. A melhor forma de diferenciar a causa é através do exame clínico, feito pelo ginecologista, além da colecta de material da vagina para análise. É importante que esse protocolo seja seguido para que a paciente receba o tratamento correcto. A automedicação é totalmente contraindicada, já que os remédios para fungos não funcionam quando o caso é de infecção bacteriana, por exemplo. Portanto, não deixe de procurar ajuda médica quando suspeitar dos sintomas!

Evite a coceira na vagina 

Alguns cuidados podem ajudar a diminuir ou mesmo prevenir a irritação na região íntima. Os mais comuns são: 

  • Manter a área íntima sempre seca e arejada;
  • Preferir roupas íntimas de tecidos naturais, como o algodão;
  • Higienizar a parte externa da região íntima com sabonetes de pH neutro;
  • Evitar o consumo exagerado de doces e massas brancas;
  • Ficar atenta aos métodos de depilação que você realiza.


Share this Article