Comprimidos para o sono e para a ansiedade causam mais mortes do que algumas drogas ilegais

Edwilson Pinho
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O periódico científico American Journal of Public Health publicou duas pesquisas em que mostra ter chegado à conclusão de que tomar comprimidos para o sono para a ansiedade de forma frequente causa um maior risco de morte do que o consumo de drogas como a cocaína e a heroína.

Durante cinco anos e meio, foram entrevistados semanalmente quase 3000 consumidores de benzodiazepinas, componente cujo uso excessivo representa um risco de vida 1,86 maior do que o consumo de drogas ilegais, consideradas pesadas. Mesmo depois de isolar factores como o uso dessas mesmas drogas, os investigadores verificaram a manutenção da taxa de mortalidade de 18,8% nos que utilizavam o composto.

Num segundo estudo, realizado com uma parte do mesmo grupo, foi examinada a ligação entre o uso da benzodiazepina e a infecção por hepatite C, e verificou-se que a taxa de infecção foi 1,67 vezes maior entre os que usaram fármacos à base do composto.

“O interessante sobre estas descobertas é que é uma droga prescrita e as pessoas pensam que estão seguras. Mas, provavelmente, estamos a prescrever essas drogas de uma forma excessiva e que por sua vez está a causar danos”, disse o cientista Keith Ahamad ao jornal Vancouver Sun.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a benzodiazepina só deve ser prescrita para tratar “ansiedade ou insónias graves, incapacitantes, que causem angústia extrema”. A entidade recomenda que os médicos levem em conta que o composto causa dependência e síndrome de abstinência – por isso, deve ser usada numa dose eficaz mínima e durante o menor tempo possível.

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