Karen Pacheco: Parar, insistir ou continuar?

Karima Pires
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Eram 17:00, aquela hora da tarde em que sol se começa a por e toda Luanda tem aquele céu azul, mas ao redor do sol uma fusão de cores, laranja com amarelo…

Vista linda, linda para quem já reparou. 

Estávamos, eu e uma amiga, a conversar sobre comunicação, que é muito importante que as pessoas, seja qual for a relação, aprendam a comunicar porque só assim se chega a um consenso, pois ainda que não se chegue a pensar do mesmo modo, pelo menos há um entendimento no respeito das diferenças de pensamento e assunto encerrado. 

Vamos dizer, para o bem da imaginação, que o nome da minha amiga em questão é “Maria”. 

Então, a “Maria” pergunta-me: – mesmo que a outra pessoa não demonstre querer conversar para se entenderem tu insistes?! – eu sabia exactamente o que responder, porém perdida num momento de reflexão e com base nas minhas próprias vivências, que apesar dos  poucos anos de vida já com algumas lições aprendidas, deixei-me a flutuar no pensamento de que eu Karen não sei quando parar, insistir ou continuar. 

E verdade seja dita, quando há um sentimento misturado poucos conseguem parar quando o assunto é parar, insistir quando se é para insistir e continuar quando é para continuar. A linha que separa estes 3 pólos está muito fusca… 

Para mim, pessoalmente, devo parar quando para além de não ser benéfico para a outra pessoa, não é primeiramente benéfico para mim. Ou seja, quer seja numa relação de amizade, amor, trabalho, etc., se dos dois lados não é acrescentado nada e quanto mais se tentar algo, mais e mais pontos negativos vai trazer, fazendo com que as pessoas se distanciem e até criem sentimentos de raiva e rancor um pelo outro. O parar é o imperativo em qualquer relação degradada. 

Insistir, o insistir para mim é delicado, eu acredito piamente que enquanto houver algum tipo de solução, alguma luz no fundo do túnel, claramente deve-se insistir, porém o insistir confunde-se com o continuar, mas isso fica para mais tarde.

Insistir é tocar a mesma tecla vezes seguidas sem descanso e há requisitos para se insistir: 1° um motivo plausível, 2° as pessoas envolvidas na relação querem e o 3° que tem ligação com o segundo requisito o interesse, ah sim, o interesse, mas aquele interesse visível. Não que nos outros pólos não haja interesse, mas no insistir é obrigatório e deve ser mais notório ainda, pois de nada vale insistir em algo ou alguém que obviamente não tem interesse em chegar ao mesmo consenso que tu. 

Continuar, ah o continuar é lindo! O continuar de que falo é aquele dentro das adversidades, confusões, desentendimentos pequenos, atritos que têm solução e de pouca gravidade. E isso porque, continuar quando o problema em si é grande demais leva-nos ao entendimento de que se deve parar. 

Enquanto falava do insistir, disse eu que se parecia com o continuar, porque ambos querem dizer sequência, seguir, prosseguir, progredir até, mas, muita atenção, com uma diferença avassaladora, a meu ver no continuar podemos descansar e por quê ou como perguntam-se vocês, e isso porque as vezes nós apenas estamos cansados, saturados de certa situação e não é que queiras deixar a tua relação seja de que tipo for morrer, apenas queres uma pausa, mas não é para propriamente parar ou insistir incansavelmente. 

Continuar é levar as coisas com calma para não persistir e causar pressão e ao mesmo tempo continuar é acelerar para o motor não esfriar. E aí está a chave de tudo, o balanço. E é engraçado porque eu mesma muitas vezes (muitas mesmo) tenho dificuldade em saber encontrar esse balanço ou ainda saber quando parar, insistir ou continuar. 

Resumindo, eu não consegui responder a pergunta da “Maria” porque abstenho-me de falar com certeza quando o que mais há em minha mente é incerteza, e se eu mesma nem sei o que fazer em tantas situações da minha vida com que cara eu poderei afirmar com firmeza o que ela tem de fazer com as dela?! 

Portanto, partilho mais um pensamento meu de algo que não é só o meu dia-a-dia, e sim nosso dia-a-dia. 

Passo a bola para si caro leitor(a), sabe quando parar? Insistir? Ou continuar? 

Se realmente sabe, tiro-lhe o chapéu e quando crescer quero ser como você kkkk, se não sabe, é tão normal como respirar… Um dia quem sabe vamos aprender, a vida é feita disso… 

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