Ontem houve um encontro virtual em directo na página de Instagram da empresa G-Smart Solutions – empresa Angolana de marketing digital.
A G-Smart convidou CEOs de algumas empresas bem sucedidas em Angola, para partilharem a sua visão e darem sugestões de como lidar com esta situação desafiante para os negócios, durante e depois da pandemia.
Os participantes:
Erickson Mvezi – CEO da Tupuca
Helivelton Francisco – CEO da Dooh Ponto
Pedro Batista – CEO do restaurante Kook
Wilson Ganga – CEO da G-smart Solutions
Rui Silva – CEO do Clube S
Todos os CEOs reforçaram a importância das empresas terem flexibilidade e poderem adaptar-se às circunstâncias, ou seja, re-inventar um negócio, mesmo que às vezes isso signifique mudar completamente o ramo de actuação .
Como Rui Silva – CEO do Clube S – disse, quando de repente começou a crise económica em Angola, a RBS – que na altura era uma marca e loja de roupas bem sucedida, com 150 funcionários e várias lojas na cidade – não tinha como continuar as importações de roupa por causa da falta de divisas e tiveram de procurar rapidamente uma outra solução.
Conseguiu criar um novo conceito, que é o Clube S, aproveitando mais de metade dos seus trabalhadores antigos que adquiriram novas funções na nova empresa. Por exemplo, o gerente duma das lojas da RBS tornou-se um DJ no Clube S, que Rui Silva diz ser uma família e que sempre tentaram e vão tentar apoiá-la ao máximo e manter esta família bem coesa.
Wilson Ganga também acrescentou que um negócio “não tem como não dar certo se se formar uma boa equipa, isso é o mais importante’’.
Pedro Batista, CEO do restaurante Kook, disse que esta fase não está a ser fácil mas eles fazem esforços para não despedir nenhum funcionário e apoiar os seus trabalhadores.
Para além das dificuldades todos os oradores confirmaram que esta fase é uma grande oportunidade para qualquer negócio se reinventar e procurar novos caminhos, ser mais criativo.
A pandemia serviu como um empurrão para a expansão destas empresas, por exemplo: os restaurantes Kook e Clube S criaram um sistema de Take away, a G-Smart está a ter um aumento nas solicitações dos seus serviços porque todo o mundo agora está online. O Tupuca tem mais procura nesta fase porque as pessoas encomendam mais comida, e também aproveitaram para fazer parcerias com os supermercados Kero, Candando e outros locais onde podem comprar-se alimentos e outros bens de primeira necessidade. Segundo Erickson Mvezi, querem expandir os seus serviços para fora de Luanda, a um nível nacional.
De acordo com o CEO da hamburgueria Dooh Ponto, Helivelton Francisco, esta crise é a mais difícil de todos os tempos e não vai acabar ao mesmo tempo que a pandemia. As suas consequências vão continuar a sentir-se por um longo período e ‘’o mundo nunca vai voltar a ser o mesmo – isso já é uma certeza. Mas é neste tipo de crise que tu vês os empreendedores verdadeiros.”
Helivelton reforçou também a importância dos negócios apoiarem-se entre eles e do Governo apoiar os negócios, assim como os próprios clientes devem apoiar o produto nacional.
Elogiou o trabalho eficaz do Ministério de Saúde de Angola, e tal como Rui Silva, reconheceu que este momento é muito difícil para o país, cuja economia já estava fragilizada.
Contudo, os empresários acreditam que esta crise é uma boa oportunidade tanto para os negócios como também para o país, de dar um passo grande para frente, em direção a um mundo de negócios e serviços mais digital e cada vez menos dependente das importações.
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