O encontro entre o “velho mundo” e o “novo mundo”. Um pedaço da história a ser explorada. Uma longa viagem que une austríacos, portugueses, ingleses, brasileiros e piratas para juntos formarem o Brasil de hoje, pois foram responsáveis pela formação cultural e educacional do país.
Tudo começa há quase 200 anos, numa travessia grandiosa do Atlântico que levou a arquiduquesa austríaca Leopoldina (Letícia Colin) ao Brasil para se tornar a esposa de Dom Pedro I (Caio Castro) – personagem fundamental no processo de independência do país.
No campo ficcional, nesta mesma viagem dois jovens se apaixonam e despertam para o Brasil que encontram: a professora de português Anna Millman (Isabelle Drummond) e o ator Joaquim Martinho (Chay Suede) – este amor acaba por se entrelaçar à luta do Brasil pela construção de uma nação independente.

Escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, com direção artística de Vinicius Coimbra, ‘Novo Mundo’ é uma aventura romântica ambientada no Brasil do início do século XIX, entre 1817 e 1822.
“Aventura, emoção e história. As pessoas vão se emocionar com o amor, a dedicação e a frustração de alguns personagens, principalmente Anna, Leopoldina e Joaquim. Sonoramente a novela vai marcar também. O público ouvirá uma trilha que não está acostumado, cinematográfica. A novela é muito bonita visualmente também” – garantem os autores.
Contexto histórico – Um casamento real que iria unir politicamente o Brasil à Áustria
Estamos no Brasil de 1817. A família real, composta pelo rei Dom João VI (Léo Jaime), sua esposa, a rainha Carlota Joaquina (Debora Olivieri) e os seus filhos, entre eles o príncipe Dom Pedro I (Caio Castro) e Dom Miguel (Daniel Rangel), já se encontra instalada no Brasil, antes colónia, agora um reino unido a Portugal e um “novo mundo” que se ia formando com os estrangeiros que chegavam ao Rio de Janeiro e se tornavam seus novos habitantes.
Na Áustria, 1817, Leopoldina (Letícia Colin), uma jovem culta, arquiduquesa austríaca, terá que viajar para o Brasil para desposar o jovem Dom Pedro cumprindo um acordo político entre os dois países.
Leopoldina recebeu de seu pai Francisco I uma educação esmerada e tinha a certeza de que tinha nascido para se tornar uma princesa. Sonhava com um príncipe encantado como nos contos de fadas (mas a vida não lhe reservaria a mesma experiência das histórias ficcionais).
Recebeu formação científica, política e dominava muitas línguas, mas mesmo assim teve que se submeter a um casamento “as cegas” sendo que “conheceu” o seu pretendente em um pequeno retrato (num broche). Contudo, diz-se que ela se apaixonou pelo futuro esposo logo pela fotografia, pela sua beleza. Um encontro entre dois Mundos: Quando os europeus saíram do Velho Mundo rumo ao Brasil muito coisa mudou em suas vidas.
Após alguns meses de viagem (já o príncipe por pouco não abandonava a ideia de casar-se com ela para fugir com sua amante, a bailarina francesa Noémie, interpretada por Luísa Micheletti, Leopoldina é recebida por toda a família real no Rio de Janeiro para a cerimónia oficial de casamento com Dom Pedro.
Dá-se o primeiro choque cultural: acostumada com a cultura da Europa, Leopoldina fica chocada com alguns costumes, principalmente com o calor e a presença de tantos escravos pela cidade, mas ao mesmo tempo é impactada por tamanha beleza ao se deparar com as paisagens do local.
A vida da Leopoldina e dos outros personagens que vieram com ela também vai mudar. É um Novo Mundo que se abre. A busca do novo mundo é a busca de um objetivo para cada um dos personagens da novela e todos juntos contribuem para o “caminho” da independência do Brasil.

Sobre a pesquisa histórica dos autores da novela revelaram que tiveram um enorme trabalho de pesquisa histórica: “Assistimos filmes, visitamos museus com peças lindas no Rio de Janeiro, o Paço Imperial, o Museu Histórico Nacional, a exposição da Leopoldina no Museu de Arte do Rio, as igrejas do centro. Começamos a desenvolver a história em paralelo às leituras. Sabíamos alguma coisa e tinha nossa memória. Muitos personagens que criamos, encontramos depois nas pesquisas. Temos o historiador Francisco Vieira, que fez a palestra no workshop, como consultor. Também lemos os livros do Laurentino Gomes, “1808” e “1822”, “A Carne e o Sangue” de Mary Del Priore, fundamental para conceituarmos o romance entre Domitila, Pedro e Leopoldina, além da biografia do Dom Pedro escrita por Isabel Lustosa, entre outros. A leitura dá uma base segura, até mesmo para a licença poética. Nós temos uma história feita de heróis e não aquela que venderam pra gente. O Dom João, por exemplo, era estadista, um homem interessante. A gente quer sair um pouco de caricatura.”
Do ‘Novo Mundo’ ao ‘Nos Tempos do Imperador’
Facto interessante é que a novela ‘Novo Mundo’ antecede cronologicamente a próxima novela histórica da Globo ‘Nos Tempos do Imperador’, que será no mesmo horário, onde o protagonista é o filho do casal Leopoldina e Dom Pedro I, D Pedro II, já em idade adulta e num Brasil independente. Para quem gosta de História, esta novela ganha por isso uma relevância extra para nos ajudar a criar uma visão histórica sequencial no tempo e ficarmos com um retrato perfeito de duas fases importantes da história do Brasil e do mundo.
Comentários recentes