Gramaticalmente falando, estas duas palavras estão relacionadas, mas possuem significados bem diferentes. ‘’Amor’’ é um substantivo que identifica o sentimento em si. Normalmente este amor nasce entre dois seres e está fundamentado no raciocínio de que quando uma pessoa se sente atraída por outra e quer unir-se à mesma, esta união caracteriza-se por ‘’Amor’’. Através das acções da outra pessoa, procura-se adivinhar os seus pensamentos para assim tomar atitudes em relação a ela e que a levem a sentir-se bem e feliz.

Por isso, verificamos não faltar Amor entre casais, filhos, familiares e até mesmo em relação a pessoas e coisas, por tratar-se de um sentimento essencialmente de apego.

O sentimento de Amor não requerer uma acção pois apenas revela o que sentimos. Ele pode ser revelado também pelo sentimento de prazer que nos proporciona determinada coisa. Por exemplo, eu sinto-me bem na presença de um animal de estimação, logo vou desenvolver um sentimento de Amor pelo animal, pelo bem que o mesmo me causa. E o mesmo pode ser aplicado a variadíssimos objectos de estima aos quais nos vamos apegando ao longo da vida.
Nos dias que correm, infelizmente, parece que a cultura do descartável também se reflete nas relações humanas, obrigando-nos a refletir sobre o estado do Amar. Pois bem, falta Amar…

A palavra ‘’Amar’’ requer uma ação, ou seja, dá-nos a condição de identificar a nossa acção como algo bom. Nesta acção (Amar) é suposto não haver distinções, resultante do sentimento de gratidão pelos outros, pela vida, pelo que temos no presente. No exercício de Amar, acolhemos e cuidamos naturalmente, e é suposto exercê-lo não por obrigação, consequência de estarmos toldados pelo egoísmo e por pressões sociais . Por isso esforçamo-nos pelos outros, mas sofremos.

“A maior solidão é a do ser que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro” (Vinícius de Morais). Por isso, falta Amar, falta colocar definitivamente o orgulho de parte e desfazermo-nos de todos os joguinhos para não parecermos vulneráveis. Vamos Amar por favor!
Nicole Lagrifa
Filosofia Científica
Mestre em Gestão de Recursos Humanos
Especialista em Psicologia do Luto
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