“O pensamento hoje” por Nicole Lagrifa

Ndongala Denda
3 Min Read
Young African American business woman looking away in a thought against a background

Parece-me que hoje de forma lúcida podemos considerar que uma das faculdades que mais nos destinge enquanto humanos é o nosso pensamento. Neste momento em que observamos um mundo inteiro confinado em casa devido ao tão temido vírus, esta faculdade quotidianamente desvalorizada, salta como figura de destaque de um filme de suspense/terror sem termino aparente.

No entanto, esses pensamentos surgem-nos como uma carga pesada em tempos que o imediato e efémero já não podem preencher os ditos momentos de felicidade pontual a que nos sujeitávamos.

A pandemia do Coronavírus obrigar-nos a resgatar o pensamento, mas será que o fazemos de forma correcta? Por meio de pesquisa (anterior ao coronavírus), cientistas descobriram que os seres humanos fazem uso de 70% dos seus pensamentos apenas para pensar de forma negativa. Penso que neste momento devemos caminhar para os 90%.

Inevitavelmente estamos confrontados com duas perspetivas de um mundo pós pandemia. A primeira, pertencente a uma minoria categoria de otimistas, encara esta crise em escala mundial como um abrandamento da acumulação capitalista desmedida, uma vez que a mesma pode paralisar o consumo assoberbado e consequentemente uma solidariedade mundial em sectores chaves como, a saúde e fome. E também pelo facto comprovado de que os nossos ecossistemas têm-se vindo a regenerar causando a queda dos índices de poluição.

Desculpem-nos os otimistas mas por mais positivos que tentemos ser o nosso pensamento é toldado pela preocupação. Afinal o caso não é para menos . Não sabemos de facto o dia de manhã e muito menos a longo prazo. Todo o mundo necessita de dinheiro, mas com que emprego? De que servem os nossos seguros pagos anualmente se não os podemos usar? Como será o futuro da educação dos nossos filhos? Neste cenário de dúvidas severas e dualistas que medidas urgentes tomar para reforçar os sistemas de saúde? As relações interpessoais serão as mesmas?

Em suma, em tempos de crise, temos de manter a consciência firme que devemos filtrar o que lemos, o que vemos, que cabe-nos o exercício de cuidar da nossa mente. Mas suplicamos aos cientistas, continuem a pensar…

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