Com o objectivo de sensibilizar sobre o contributo dos fisioterapeutas para a saúde, prestar homenagem a todos estes profissionais que diariamente ajudam as pessoas a superarem problemas musculares, esqueléticos e na recuperação de doenças, celebra-se anualmente a 08 de Setembro o Dia Mundial da Fisioterapia.

Instituída pela World Confederation for Physical Therapy há 24 anos, actualmente esta confederação engloba mais de 250 mil fisioterapeutas em todo o mundo.
Em exclusivo à Chocolate, a fisioterapeuta Elizabeth Satissueca
destacou a importância deste profissional que desenvolve a capacidade física da pessoa, ajudando-a a mover-se e a viver melhor.
“O fisioterapeuta tem todo o domínio da sessão e recuperação do paciente na sociedade de maneira pronta e breve, melhorando o seu quadro. A covid-19 veio mostrar que a fisioterapia é importante como as outras especialidades médicas, porque há pacientes que iam para o exterior pois pensavam que aqui em Angola não tínhamos quadros formados na área ou não pessoas capacitadas para exercitar a função, mas graças a Deus têm procurado muito os fisioterapeutas”, reconheceu Elizabeth Satissueca.

A especialista contou que há pacientes que já tinham a dinâmica da fisioterapia no exterior, mas com esta pandemia não podem sair do país, porque a maioria são pessoas são do grupo de risco. “Então a procura aumentou significativamente”, esclarecendo que durante o processo de tratamento não há um limite na alimentação do paciente.
“Nós passamos algumas recomendações que achamos úteis para o bom funcionamento do organismo… Apenas passamos orientações”, esclareceu, desejando muita força e perseverança a todos os fisioterapeutas.

“Não desistam porque realmente não é fácil para nós por estarmos na linha de combate e muitas vezes não somos reconhecidos. Pouco se fala da fisioterapia, importância, inclusão e actuação como parte do método de combate da Covid-19, mas temos que continuar a trabalhar em prol dos nossos pacientes que são os nossos primeiros amores e para aqueles que nós nos formámos e somos hoje…”, reiterou Satissueca.
Por outro lado, Alcina Rebeca Cauto Adolfo descreve o fisioterapeuta como um profissional dotado de conhecimentos para avaliar, diagnosticar, prevenir e tratar as disfunções cinético-funcionais.
“Dentro do contexto domiciliar é ainda mais importante, visto que muitos utentes que procuraram esse serviço estão limitados na locomoção por alguns pacientes apresentarem alterações e distúrbios da cinética funcional que os impedem de exercer a sua autonomia física”, realçando que a fisioterapia ao domicílio é importante pois promove a recuperação da função, melhora a qualidade de vida dos pacientes, com o objectivo de alcançar o maior grau de independência possível.
“Lembrar que o atendimento domiciliar deve ser estruturado e considerar alguns factores como as condições sociais, económicas, equipamentos necessários e o envolvimento da família ou do cuidador do doente no programa de reabilitação”, salientou Alcina Adolfo.
Esclarecendo que o atendimento ao domicílio não abrange apenas a área da fisioterapia neurológica que é normalmente mais solicitada nesta fase. “Mas devemos envolver-nos e esclarecer que todas as áreas que envolvem a fisioterapia podem ser feitas ao domicílio, desde que se obedeça às medidas de higiene e biossegurança nesta fase em que o contacto físico deve ser evitado ao máximo. Com avanços na área, já é possível a fisioterapia através das plataformas a telereablitação, com programas individuais ou em grupo”, indicou.
Reforçou também que o ideal para o atendimento de um paciente ao domicílio seria envolver sempre que possível uma equipa muito disciplinar, onde o nutricionista tem um papel importante no balanço e ajustes nutricionais e proteicos.
“Da nossa parte é importante orientar primeiro o horário ao cuidador para o tratamento, se possível entre as 10 e as 12 horas e das 15 às 17 horas. Porque são horários onde acreditamos que o paciente já fez as refeições e a higiene diária… Também porque pelo menos duas horas antes ou após as refeições é o ideal para realizar o tratamento”, clarificou.
Para celebrar a data, a profissional de saúde e bem-estar encorajou todos os fisioterapeutas.
“Estamos a viver uma fase atípica da Covid-19, onde precisamos de nos unir em prol dos nossos pacientes, dentro do contexto, assistindo-os com zelo, amor e dedicação. Não é tarefa fácil pois a nossa maior ferramenta são as nossas mãos e o toque. Porém, usando todas as medidas de biossegurança poderemos sim melhorar a qualidade de vida dos pacientes e devolver o máximo possível de independência funcional para sociedade e a família”, declarou Alcina Adolfo.
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