Para prevenir o acto do suicídio através da adopção de estratégias por parte dos governos de 70 países do mundo, a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e a Organização Mundial de Saúde criaram há 17 anos o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.

Diariamente e todos os anos morrem 1 milhão de pessoas por suicídio no mundo e a Organização Mundial de Saúde estima que o suicídio é a 13ª causa de morte no mundo, sendo uma das principais entre adolescentes e adultos até aos 35 anos. Algumas pesquisas ainda apontam que a falta de autoestima é uma das maiores causa de suicídio entre as mulheres, apesar de ser consequência de vários factores difíceis na história de cada pessoa que opta por esse desfecho.


Em alusão ao mês Setembro Amarelo e ao Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, a psicóloga clínica e especialista há 21 anos, Amélia de Almeida, destacou que movimentos de alguns países como o Brasil e Portugal têm ganhado força para a sensibilização em massa do combate ao suicídio.
“Angola já tem realizado algumas actividades, em 2017 fizemos uma parada na Marginal com um grupo para refletirmos sobre esta temática do suicídio e informar as pessoas com um certo desenvolvimento”, começou por explicar.

Mais conhecida por “Psicóloga africana”, esclareceu que primeiro é essencial entender cada ser humano, pois apresentam necessidades diferentes.

“Todos somos geneticamente iguais, mas temos comportamentos indivisíveis. O que parece simples para uns, para outros pode ser muito complexo, como: Tomada de decisões, escolha profissional, saudação ou alimentação – que podem parecer simples para alguns, mas complicado para outros”, explica, esclarecendo que a autoestima é agrupada pela autoaceitação, autoconfiança e autoimagem.

”A autoestima desencadeia a depressão, pensamentos sistemáticos repetitivos para o suicídio, logo, quando nos referimos sobre a autoestima e a pessoa tentar o suicídio com ou sem sucesso, estamos a falar de uma pessoa que apresentou em algum momento um problema numa das áreas da autoestima que podem ser a imagem, falta de confiança ou aceitação que se desenrola para o suicídio. Os problemas psicossociais que cada um apresenta podem sim fazer com alguém possa tentar tirar a sua própria vida…”, salientou a autora do livro “Adolescência e a gravidez”.
Segundo a analista social no comportamento humano, a agressividade e perigosidade de algumas mulheres apresentadas socialmente tem muito a ver com as “escolas” dos modelos familiares que contribuem para a transformação da mulher na sociedade…

“A agressividade às vezes é usada como uma forma de protecção, que é manifestada de várias maneiras desde a gritaria, violência verbal e o cuidado próprio, porque produzimos dor em nós próprios, então, a intervenção nestas situações de mulheres com autoestima baixa é procurar ajuda profissionalizada para estimular a autoestima del. Sempre que estamos perante alguma mulher devemos olhar para ela com mais respeito, porque se trata da vida de alguém, privacidade e essência”, apontou a escritora.
Para Amélia de Almeida quem comete suicídio não tem capacidade de discernir sobre esta tomada de decisão, porque a pessoa quer apenas aliviar a dor, sofrimento ou angústia.

“Se nós encararmos os desafios como vítimas ou culpados, então não vamos ter evolução. Mas se olharmos como forma de viver a vida e que não há sofrimento que não passe, aproveite e viva, porque há una série de pessoas que precisam de si, do seu amor, afecto e sabedoria, entretanto, diga não ao suicídio, a pessoas tóxicas, porque não contribuem em nada para a sua autoestima e escolha melhor as companhias”, aconselhou a palestrante.
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