Infelizmente, podemos afirmar que o assunto pandemia está em todos lados cantos, até certas patologias vão ganhando o nome desta doença.
Chega um momento na vida em que nos sentimos exaustos. Sem medo de errar, só por curiosidade, levante a mão quem não suspirou nem afirmou uma vez sequer durante este período da pandemia: “Estou cansado!”.
Penso que esta frase chega a ser já bastante normal hoje em dia!

Por exemplo, uma pesquisa recente da Organização Mundial da Saúde estima que essa “fadiga da pandemia” chega a 60% da população em alguns grupos. Com certeza um dado bastante preocupante.
Muitas pessoas estão a sentir-se menos motivadas a seguir comportamentos preventivos depois de conviver por meses com alterações na rotina e incertezas, afirma a OMS.
Apesar de cansadas, as pessoas devem manter os esforços para combater o vírus, diz o documento — lavando as mãos, cobrindo o rosto com máscaras e adoptando o distanciamento social. Praticamente, a rotina diária agora das pessoas!

Trata-se nada mais e nada menos de um “cansaço da pandemia”. Um sentimento é fruto de sobrecarga, por nos mantermos constantemente vigilantes, e de cansaço, por obedecermos a restrições e alterações na nossa vida.
Vale recordar que a Covid-19 exige de todos nós uma grande capacidade de adaptação, segundo a OMS, o organismo ressalta que, agora, ao fim de oito meses de pandemia e sem um fim à vista, “é natural que nos possamos sentir menos motivados para seguir as orientações e os comportamentos de proteção, após tantos meses a viver com limitações, sacrifícios e incerteza. Ou seja, em pouca palavras, é natural que “nos sintamos cansados e fartos desta situação”.

Contudo, este cansaço representa um perigo para toda a sociedade, de acordo com a Ordem dos Psicólogos de Portugal, devido à fadiga pandémica, “a nossa percepção de risco relacionada com a Covid-19 pode diminuir”.
Os efeitos colaterais da pandemia são igualmente devastadores, especialmente devido a fatores como “o desemprego, a perda de rendimentos ou a deterioração das condições de vida, por exemplo”.

“A crise pandémica e sócio-económica gera insegurança, medo e ansiedade acerca do presente e do futuro, podendo agravar ou conduzir a dificuldades e problemas de Saúde Psicológica (como a depressão, a ansiedade ou o stress). Há estimativas que prevêem que entre 20% a 30% das pessoas sofram com o impacto psicológico da pandemia”, alerta a Ordem.

Agora, como combater a fadiga pandémica?
De acordo com a Ordem dos Psicólogos, “apesar do cansaço”, a verdade é que vivemos num momento em que é preciso redobrar esforços para combater o vírus e não “podemos baixar a guarda”.
“Os nossos comportamentos são críticos para conter a sua propagação e para nos protegermos a nós e protegermos os outros”.

Contudo, é importante continuarmos a fazer a nossa vida, procurando“actividades que aumentem o nosso bem-estar e, simultaneamente, minimizar o risco em todas as situações em que nos encontremos”.
O coronavírus continua a espalhar-se pelo mundo, com mais de 35 milhões de casos confirmados em 188 países e mais de um milhão de mortes.
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