Marcelino Tadeu: o cabeleireiro mais requisitado da província do Huambo que venceu o preconceito mostrando o seu talento e muito trabalho

Janilson Duarte
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É impossível ir-se à província do Huambo procurar por um cabeleireiro e não lhe recomendarem o Marcelino Tadeu, nos dias de hoje é mesmo necessário ter hora marcada para poder ser tratado/da por este profissional da área da beleza.

Marcelino Tadeu tem 27 anos e, diga-se de passagem, é “craque” naquilo que faz, e por ser homem a exercer uma profissão onde predomina o universo feminino, já sofreu vários tipos de preconceitos, preconceitos estes que o ajudaram a seguir com o seu sonho. Simpático e super comunicativo, o cabeleireiro diz que deve muito a uma grande amiga – Neide – que sempre esteve ao seu lado ajudando-o a abrir o seu espaço e pede a Deus que possa cuidar desta e de outras pessoas que sempre estiveram ao seu lado.

Sendo uma das figuras mais relevantes na província, procuramos o cabeleireiro que muito rapidamente atendeu a Chocolate, e falou de tudo um pouco: como tudo começou e até onde quer chegar, com uma história de vida feita com muitos altos e baixos. Marcelino começou a criar o seu primeiro negócio com apenas 150 kzs e hoje já vive bem com aquilo que ganha do seu suor, que felizmente para si, embora haja a pandemia do Covid19, tem marcações de preparação de noivas até terminar o ano, chegando a atender num só dia 27 damas e 6 noivas.

CH – Quem é Marcelino Tadeu?

MT – Marcelino Tadeu é uma pessoa muito boa e séria nos seus afazeres, e que gosta de ajudar aquele que mais precisa sem olhar a quem.

CH – A profissão de cabeleireiro foi um tabu para si ou para as pessoas de modo geral?

MT – Foi um tabu sim, para mim e para muita gente

CH – E por quê escolher esta profissão?

MT – Escolhi esta profissão porque é algo que eu gosto de fazer, e porque gosto de levantar auto-estima das pessoas

CH – Já sofreu algum insulto por ser um homem a exercer uma profissão que muitos vêem como sendo para mulheres?

MT – Já sim, mas eu nunca baixei a cabeça por ninguém, e nem devemos, temos de estar preparados para tudo.

CH – Quem mais procura os seus serviços?

MT – Com certeza as mulheres

CH – Para quem já o conhece, é notório um grande desenvolvimento seu a nível profissional, desde que começou até agora, já se sente realizado?

MT – Ainda não me sinto realizado porque o meu sonho ainda só está a começar.

CH – Até onde quer chegar?

MT – Quero chegar onde a maioria não chegou.

CH- Onde é que a maioria não chegou?

MT – Estudar os rostos das pessoas e ver que penteado melhor se adequa.

CH – Se não fosse cabeleireiro o que que seria?

MT – se não fosse cabeleireiro eu seria pedreiro ou camponês, pois todas as profissões são importantes para o desenvolvimento de qualquer nação.

CH – Que famosa gostaria de pentear?

MT – Gostaria de pentear todas, e se tivesse de escolher apenas uma, então seria a Pérola

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