Cada país possui naturalmente a sua riqueza e cultura e no caso da Etiópia, ela é a matriarca do melhor café do mundo.

Falar sobre café e não citar a Etiópia é não dizer onde tudo começou. A tradição lá é um dos componentes mais relevantes na produção de alimentos e bebidas.

Afinal, é a partir dela que receitas e métodos de produção persistem ao longo dos anos, fazendo com que as pessoas tenham acesso a incríveis experiências gastronómicas.
Todos os que trabalham com café têm interesse no assunto e conhecem bem a lenda de Kaldi.
“(….) É facto que o café saiu de solos Etíopes para conquistar o mundo. Existem teorias de que as saídas dos grãos se deram por meio do comércio de escravos, que era bem activo na época. Provavelmente o café acabou por ser levado para a Arábia por navios negreiros e, com isso, o processo de ‘globalização’ da planta começou.”

Neste caso, é possível considerar o café Etíope um desses sabores cheios de história. Foi graças ao seu surgimento – no século X a.C. na Etiópia – que o seu consumo começou a ganhar adeptos ao redor do globo.
Qual é a importância do café Etíope no seu país de origem?
Não seria nenhum exagero afirmar que ele é um traço marcante para a cultura nacional, servindo, inclusive, como uma espécie de identificador da Etiópia perante o mundo. Tudo isso por conta da tradição e do laço histórico entre o local e o líquido amargo.
A Cerimónia do Café
O café Etíope é um dos melhores cafés do mundo e o seu processo de preparação é o seguinte: os grãos são lavados e torrados na hora – tarefa feita manualmente; depois, eles são moídos num pilão, preparados e servidos numa garrafa de argila chamada jebena.
Quem visita a Etiópia inevitavelmente depara-se com essa riquíssima atracção cultural. A cerimónia, que pode ser vista tanto na capital quanto nos interiores do país, tem como principal objectivo destacar as origens da bebida, enaltecendo-a perante turistas vindos de todos os locais do planeta.
A Etiópia já foi uma nação muito rica e próspera
Na Antiguidade, estabeleceu estreitas relações com o Egipto e era principal rota comercial do Nilo. Portanto, recebia tributos de diversos Estados da Península Arábica e ainda conquistou o reino meroítico de Kush, o actual Sudão.
Lamentavelmente, de uma nação rica, a Etiópia transformou-se num dos países mais pobres do mundo devido ao clima árido, às secas periódicas e às opções dos governantes.
A economia da Etiópia é baseada na agricultura actualmente, da qual 85% da população sobrevive. O seu principal produto é o café, exportado para todo o mundo e a renda per capita é de menos de US$ 100.
Quais são as características do café etíope?
Embora exista uma grande variação de sabores e aromas na vasta produção cafeeira da Etiópia, é possível dizer que, de um modo geral, ele tem tons florais e frutados. Isso faz com que o sabor seja leve e extremamente agradável para o paladar.
O Harrar e o Sidamo são algumas das variedades que mais fazem sucesso mundialmente e harmonizam bem com entradas e sobremesas.
O café Etíope é um património não só do seu país, mas também do mundo, tamanha é a presença que ele tem em todos os continentes.
Curiosidade: Como na maioria dos países Africanos, alem do café, existem outras bebidas produzidas artesanalmente. Os grãos são a base do areke, um destilado produzido nos quintais das casas, com um sabor que faz arder a garganta!
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