A grande entrevista com o fisiculturista Paulo Gabriel: O Gladiador

Janilson Duarte
7 Min Read

Da modalidade Judo ao Fisiculturismo, atleta angolano Paulo Gabriel Cardoso Manuel, nascido aos 29 de Março, na cidade Luanda, actualmente a ser treinado pelo ex atleta Bernardo da Silva aka Búfalo, conta como nasce a sua paixão pela modalidade e arte fisiculturismo.

 “Ser fisiculturista é mais do que frequentar ginásios ou praticar musculação, é fazer da modalidade o seu estilo e modo de vida, mesmo que não obtenhas rendimentos”.

Numa conversa com a Revista Chocolate, Paulo Gabriel (o Gladiador), Licenciado em Direito na especialidade de Ciência Penal Criminal, pela Universidade Jean Piaget de Angola, falou-nos da sua trajectória como atleta da modalidade de Fisiculturismo.

C.H: Há quanto tempo pratica a modalidade de fisiculturismo?

“Eu pratico a modalidade de fisiculturismo, desde o pretérito ano de 2009, isso aos 13 anos idade, sem interrupção até à data presente e a competir desde 2010.”

C.H: Quando e como nasceu o gosto pelo fisiculturismo?

 “O gosto pelo fisculturismo nasceu em 2008 após ter acompanhado uma competição da Luanda muscle e foi uma mudança, pois estava a deixar de ser atleta da modalidade de Judo pelo Club de Judo Guedan, onde cheguei a atingir a Cat até ao primeiro Dan. E como o meu irmão Mestre Gelson Manuel e o Pedro Pereira Pitchu sempre foram os meus mentores, eles fizeram esta transição e eu segui.”

C.H: Por que escolheu esta modalidade? Alguém o inspirou?

“Eu não escolhi, o fisiculturismo escolheu-me… Sim, o meu irmão Gelson e o Pitchu.”

C.H: Como foram os seus primeiros passos? Que dificuldades encontrou?

“Foram muito difíceis, nunca tive um corpo atlético pois o meu biotipo é mesomórfico (gordo) e estava acima do peso. A maior dificuldade foi na abstenção do normal, ou seja, comer sem regras, dormir a qualquer hora, saídas e disciplina acima de tudo.”

C.H: Quer a nível nacional, quer internacional, quais foram as competições em que já participou?

“A nível nacional já participei no Luanda Muscle 2010, 10o class;  Angola Olímpia 2013, 3o class; 2014, 4o Class etc… na categoria open mais de 85 kg”

“A nível Internacional, Arnold Classic 2016 na África do Sul 7o class cat até 80 kg Amador.”

C.H: Quais são as principais dificuldades nas competições de fisiculturismo?

“As principais dificuldades são a superação do atleta em melhorar a sua classificação passada, convencer o corpo de jurados que fizeste uma boa preparação e estás no nível para ser campeão. E há a outra dificuldade que encontramos numa preparação, na qual tens de começar no mínimo com 9 meses, onde a necessidade de ter um patrocinador e apoio, para alimentação, suplementação e apoio técnico, um treinador que se revê em ti e acredita no potencial do atleta que prepara”.

C.H: Das competições o que participou, qual delas lhe marcou de forma especial? Por quê?

“São duas: Angola Olímpia 2013 como terceiro classificado e em 2016, o Arnold Classic África do Sul, como sétimo classificado, fui o primeiro Angolano a ser classificado ainda como atleta Amador e fui preparado pelo meu colega, adversário, amigo e irmão Mário Ferreira Zé Du”

C.H: O que o fisiculturismo representa para si?

“O Fisiculturismo é mais do que ter músculos é a arte de esculpir o corpo com o maior grupo muscular visível como na anatomia, bem com apresentação de uma coreografia com poses da modalidade e sobretudo beleza no conjunto em si, logo o fisiculturismo é uma arte.”

C.H: Tem alguma inspiração nacionais ou internacional dentro do fisiculturismo?

“A nível nacional é o atleta Pedro Pereira Pitchu, e internacional Shaw Roden”

C.H: Qual é o seu objectivo enquanto fisiculturista?

“Competir ao mais alto nível, ser um dos grandes embaixadores da modalidade, e representar Angola em palcos internacionais”

C.H: Como é visto o fisiculturismo em Angola?

“O fisiculturismo em Angola é visto como uma modalidade sem futuro e para os desocupados. O atleta competidor é um pedinte, acham que nada sabem fazer, além de ser porteiros, com baixa escolaridade e alguém sem educação”.

C.H: O que é que falta nas competições nacionais de fisiculturismo?

“Nas competições falta apoio no seu todo, tanto institucional como a nível de patrocinadores, pois somos representantes desportivos e levamos o nome do país ao mais alto nível internacional.”

C.H: Como se descreveria enquanto fisiculturista?

“Um Gladiador e teimoso, sobretudo, pois há muitos atletas com quem competi e já abandonaram as competições, e eu continuo a ser um atleta a ter em conta e a fazer história.”

C.H: Como vai a sua carreira?

“Vai bem, ou seja aceitável, com o apoio que consigo, basicamente de amigos, consigo melhorar a minha performance ano após ano.”

C.H: Como atleta, há uma participação da cultura na modalidade de fisiculturismo?

“Participação da cultura como instituição, não me lembro de ter havido.”

C.H: Tem recebido algum apoio ou patrocínio?

“Sim, tenho recebido, graças a Deus, patrocínio de algumas entidades, como:

PRO ULTIMAT GYM GINÁSIO; FMENDES CLÍNICA DE FISIOTERAPIA; CIRYDESIGN-SERIGRAFIA; CLÍNICA DE EMERGÊNCIA MÉDICAS MET CARE; REAL SEGURANÇA; CHINHO DEVASSOS; TEAM PERFORMANCE.

E apoios de amigos: Preto Show, Jô Billa, Elton Escrivão, cota Mendes, Ebenezer Franck, Ryder, Ibrahim, Geofrey Santos, entre outros, em especial o treinador Nadinho Buffalo a quem eu agradeço”

Share this Article