Estes são os três museus que simbolizam a “enciclopédia” da CPLP

Celso Gamboa
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Na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), existem três museus (um na Guiné-Bissau; outro no Brasil; e outro em Portugal) que arquivam documentos que cicatrizaram uma parte história da humanidade.

Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro (Cacheu – Guiné-Bissau) 

O memorial, situado na antiga Casa Gouveia, junto ao rio Cacheu, é composto por um museu, uma residência para investigadores, um pavilhão multiusos e uma sala de formação dedicada a actividades de ensino. O local — um antigo posto de comércio na era colonial — foi escolhido justamente por ser onde muitos dos escravizados eram embarcados em navios e enviados para a América. A ideia foi iniciada em 2010 e inaugurada em 2016, com apoio da União Europeia.

No museu é possível encontrar uma série de artefactos relacionados com os escravos, desde colheres e tachos, até chicotes, correntes e ferros de marcar a pele. Com a intenção de não deixar esquecer o que foi uma realidade que marcou profundamente os países africanos, o memorial lembra que ainda hoje muitas sociedades em África e fora dela são fortemente marcadas pelas consequências do tráfico negreiro, entre elas o racismo. São exemplos o Brasil e os Estados Unidos.

Memorial da Resistência (São Paulo – Brasil) 

O Memorial da Resistência foi inaugurado em 2009 e está situado na região da Luz, centro de São Paulo, no prédio que foi sede do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS), a polícia política mais violenta do Brasil na época da ditadura militar no país. Originalmente, a construção de 1914 era destinada aos escritórios das Estradas de Ferro da região.

O local guarda evidências das resistências populares às repressões que ocorreram no país desde a Proclamação da República em 1889 e agrega áreas de pesquisa, de conservação e documentação de referências, exposições e ação educativa. Além do Memorial, ainda há a Estação Pinacoteca no mesmo lugar.

Museu do Aljube (Lisboa – Portugual)  

Dedicado à lembrança do combate à Ditadura em Portugal e às referências da resistência acontecida entre 1926 e 1974, o Museu do Aljube, em Lisboa, pretende restaurar a memória colectiva sobre os eventos da época e dar a conhecer aos mais novos um pouco mais da história do país.

O Museu conta com um centro de documentação extenso, além de testemunhos, visitas orientadas e projectos educativos com vínculos em escolas e grupos sociais. O Conselho consultivo inclui a presença de inúmeras associações de recuperação de memória histórica de Portugal, o que garante uma amplitude de eventos e materiais.

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