Atividades culturais na escola, ligação com a música e vários outros fatores levaram Jelson José Avelino Quintas, o responsável pela festa que mexe com Angola “A fazenda”, para eventos noturnos, onde é bastante conhecido, diferente do outro lado que muitos desconhecem. Em entrevista com a revista Chocolate, Jelson revelou informações sobre sua outra paixão além da realização de eventos.

C.H: Já foi Mister Angola e hoje é considerado como um dos melhores promotores de eventos do país. Como foi o início desta etapa?
J.Q: Foi uma tarefa fácil, porque sempre tive inclinação para eventos, desde mais novo gostava de participar em atividades culturais na escola. Sempre fui ligado à música, eventos e desporto.
C.H: Teve influência de alguém para poder começar a organizar os eventos?
J.Q: Para entrar neste ramo como trabalho, fui convidado e motivado por um grande amigo, Nilton Pascual ou Dj Água, que na altura já via grande potencial em mim.
C.H: De noite organizador de eventos e pela manhã psicólogo. Como é conciliar as duas responsabilidades?
J.Q: Para mim sempre foi difícil conciliar as duas coisas desde a altura da formação. Sempre foi ir fazer uma prova depois de um grande evento, sempre foi ter que estudar alguma matéria e depois ir trabalhar à noite, sempre foi muito difícil, mas a vontade de fazer, o gosto pelas duas coisas e o auto-desafio levaram-me a tentar.

C.H: Se tivesse a obrigação de abdicar de uma das profissões, qual delas escolheria?
J.Q: Muito difícil essa pergunta. Mas certamente a minha maior paixão é perceber e ajudar as pessoas a perceberem as suas mentes. Ajudar as pessoas a serem mais fortes e equilibradas mentalmente, então se tivesse que escolher, escolheria ser psicólogo. Mas ainda bem que por agora tenho a opção de fazer as duas coisas.
C.H: O que é mais difícil? Ser promotor de eventos ou psicólogo?
J.Q: Acredito que todo o trabalho é difícil, mas torna-se mais fácil quando se faz por amor. Mas confesso que fazer eventos é muito trabalhoso, é muito difícil organizar, produzir, publicitar e ainda lidar com o público. Não é fácil.

C.H: Já recebeu pacientes que também frequentam os seus eventos? Se sim, como foi lidar com a situação?
J.Q: Sim! Já vivi essa experiência algumas vezes. E foi muito engraçado. Lembro-me de um paciente que depois de entrar no consultório ficou algum tempo sem responder às minhas questões. E estava um clima pesado, porque já foi meu cliente no passado. Mas alguns minutos depois usei técnicas próprias para desbloquear o paciente e correu muito bem. Já tive uma paciente que entrou na sala e depois da consulta disse “Dr. estive na sua festa ontem e estava muito boa”. Fiquei constrangido, mas foi bom. E é gratificante de certa forma. Fico feliz que as pessoas conheçam o meu outro lado.

C.H: Se tivesse a oportunidade de mudar alguma coisa dentro das duas áreas, o que mudaria?
J.Q: Mudaria muita coisa, talvez o principal em psicologia seria passar a mensagem a todo mundo da importância da saúde mental. Infelizmente até hoje muita gente não percebe a importância do psicólogo na sociedade. Nos eventos, gostava de mudar o mindset do pessoal que ainda acha que não deve pagar pelos serviços de que usufrui nos eventos. Precisamos de perceber que a festa é para o cliente, para nós que o fazemos é trabalho.
C.H: Sente-se um homem realizado ou acredita que pode fazer mais?
J.Q: Vou fazer mais, e claramente acredito nisso. Ainda não cheguei nem a 40% daquilo que almejo a todos os níveis.
C.H: Fale-nos de futuros projetos. O que é que o público pode esperar para o ano de 2024?
J.Q: Em 2024 diferente dos outros anos, estarei a trabalhar nos eventos de uma forma mais seletiva, mais organizada e mais madura. Menos eventos, mais qualidade e mais exigências. Provavelmente serão apenas quatro festas no ano de 2024. A nível da Psicologia, se Deus quiser, realizo o grande sonho de abrir o meu consultório pessoal, é um projeto antigo que já está em carteira e eu acredito que, quando menos esperar o consiga realizar.

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